Tower of God ou Kami no Tou é um anime de 13 episódios da temporada de primavera 2020. A série é uma adaptação da webcomic de mesmo nome, escrita e ilustrada por SIU, que permanece em publicação desde 2010. A adaptação, por sua vez, conta com a direção de Sano Takashi (Sengoku Basara: Judge End) e series composition de Yoshida Erika (Namuamidabutsu! Utena, Trickster). O estúdio responsável pela animação foi a Telecom Animation Film (We Rent Tsukumogami, Orange). O anime faz parte dos Crunchyroll Originals e está disponível no Brasil através do próprio Crunchyroll.
Sinopse: A Torre de Deus. Um mundo repleto de um misterioso poder chamado Shinsu, e povoado pelos “regulares”, os indivíduos dotados desse poder. Dizem as lendas que quem alcançar o topo da Torre terá seus desejos realizados. Os guardiões da Torre selecionam “regulares” para participar das provações da torre e tentar alcançar seu ápice. Mas Bam, o protagonista, é um “irregular” – ele entrou sem ser convidado, abrindo sozinho os portões da Torre, tudo para reencontrar Rachel, sua única amiga no mundo! (fonte: Crunchyroll)
Tower of God é um anime de fantasia e de mistério. Então, antes mesmo de entrarmos nos temas e no elenco, me permitam dar uma palhinha sobre esses dois gêneros e como eles são usados na obra.
Uma das minhas grandes questões com Tower of God é que ele é um mundo muito etéreo e próprio. Mesmo que carregue claras e gigantescas inspirações em Hunter x Hunter, não consigo pensar em nada muito similar em como aquele universo funciona. Só que, ao invés de isso ser o forte da série, acaba por ser um dos seus pontos mais deficientes.
Explico, o grande imbróglio é que a série tem uma dificuldade enorme de explicar como as coisas funcionam. Durante toda essa primeira temporada eu me senti como se as informações fossem dadas pela metade, e não de uma forma instigante.
Um grande exemplo disso é a prova do Pique-Esconde, na qual o elenco foi dividido em dois times. Cada time tinha um broche para proteger e deveria pegar o broche do examinador. O teste acabaria quando o time passasse de uma determinada marca ou se o examinador tomasse posse do broche da equipe.
Esse talvez seja o teste mais confuso da temporada, e por diversos motivos. A começar por uma falta de habilidade da direção, que em momento algum consegue definir a geografia daquele ambiente, para que o espectador tenha noção de espaço e/ou distancia. Pra além disso, nunca fica claro pra quem está assistindo qual o qualificador que fará alguém passar ou reprovar no dito teste. E não é como se isso nos colocasse em posição de igualdade com o elenco, eles sabem o que é preciso para avançarem, apenas nós que não sabemos.
Isso é uma estratégia de séries de mistério ruim, deixar quem assiste no escuro para poder sacar o que for mais conveniente no momento e parecer um twist incrível. De fato algo é muito imprevisível se não tem qualquer construção prévia. Talvez o personagem que mais padeça desse mal seja o Killua dessa série, Khun Aguero.
Mas voltando para o mistério, nos é implicado em diversos momentos que existe um jogo de poder sendo jogado nas sombras desse teste. Que as coisas que estão acontecendo com Bam e sua turma não são exatamente o rito normal para serem autorizados a adentrar a torre. Acontece que nós vemos tão pouco do tabuleiro que eu sequer sei qual tipo de jogo está sendo jogado, e ao invés de criar um sentimento de dúvida no espectador, acaba só o alienando da experiência.
Aparentemente tudo nessa torre acontece de acordo com os desejos e vontades do Rei de Jahad, uma entidade quase mística que mora no topo da Torre de Deus. Diversos personagens são apresentados, ou então posteriormente revelados, como sendo subordinados, parentes ou espiões do dito Rei. Mas nunca fica muito claro afinal de contas qual a autoridade desse tal rei. O que ele governa, como ele governa, ou algo do tipo. Nessa altura, o Rei parece pouco mais que uma desculpa para determinados personagens agirem de forma escusa.
Entrando um pouco mais na direção do Sano Takashi, ela é fraca e sem personalidade. Durante toda série é muito difícil que um momento que precisa de impacto de fato tenha o impacto desejado (episódio 12, estou falando de você). Momentos que deveriam ser mais espaçados ficando rápidos demais, momentos que deveriam ser mais rápidos se arrastando por longos minutos. Informações sendo repetidas, enquanto outras nunca são passadas.
Mas o maior pecado mesmo é o que ele faz com a trilha sonora. A trilha em si é boa demais, feita pelo Kevin Penkin (Made in Abyss, Tate no Yuusha), dão uma aura de místico e espiritual que é bem vinda nesse tipo de história. Só que a direção não sabe encaixar ela, por muitos momentos temos cenas que deveriam ser empolgantes com uma trilha de mistério, ou o contrário. Talvez os maiores exemplos desses momentos são o pequeno momentinho de superação do Shibisu enfrentando o touro no episódio 11 e basicamente toda a prova da coroa.
Inclusive, outras coisas que me incomodam nessa questão são especialmente os momentos de alívio cômico. Durante os treze episódios desse anime, não teve sequer uma vez em que o momento de gracinha chibi encaixou de verdade. Sempre pareceu absolutamente deslocado e forçado. O problema tá no tom da série, no timming das piadas, na trilha empregada, ou seja, tudo errado nessa questão.
Mesmo assim tenho um destaque positivo a fazer no visual. Óbvio que não seria os poderes, que até aqui foram genericassos, mas sim os flashbacks. Por mais destoantes que eles sejam da linguagem visual do resto da série, todos os flashbacks com estilo de traço diferente foram bem feitos, dos storyboard a trilha. Uma pena que seja o ponto fora da curva da série, não o seu padrão.
Já fizemos todo o caminho do entorno do anime, isso quer dizer que nos falta entrar no elenco e temas de Tower of God.
Começando pelo tema, a grande questão dessa primeira temporada é discutir o quanto vale suas ambições e o que você está disposto a jogar fora para seguir em frente. Isso se reflete na maioria dos personagens com agência da série, mas para discutir isso, preciso entrar em spoilers…
A maior dinâmica dessa temporada está no trio Bam, Khun Aguero e Rachel. O Bam sendo o personagem mais passivo, enquanto o Khun Aguero e a Rachel são os mais ativos. Tenho até dificuldades de chamar o Bam de personagem, mas entramos nisso depois.
Uma questão que nos é martelada desde o começo em Tower of God é o quanto aquela sociedade dentro da torre é completamente regrada e travada. Todos os personagens em posição de poder estão focados em manter aquele poder. Nessa sociedade estática surgem os dois elementos de mudança, o Bam e a Rachel.
O Bam é especial, basicamente por motivos de o roteiro precisar disso. Ele é um irregular, portanto não precisa seguir nenhuma regra da torre. Ao mesmo tempo em que ele pode tudo, o personagem não deseja nada, a não ser se arrastar pra cima e pra baixo atrás da Rachel.
A Rachel, por sua vez, é o mais ordinário dos personagens. Desde a roupa de camponesa até a falta de força, a Rachel é o tempo toda jogada pra baixo. Do momento em que foi colocada na torre, até o final da temporada, tudo que a garota ouve é que ela não presta, não é o suficiente, que ela não tem o direito de sonhar com a escalada da torre. A Rachel é, ao mesmo tempo, a mais presa pelas regras da torre, e o maior underdog dessa história.
Fechando o trio temos o Khun Aguero, a questão do personagem é que, mesmo estando preso pelas regras, ele tem poder o suficiente para decidir não seguí-las. Não por coincidência ele vem de uma família de nobres e, mesmo que ele acabe traído, ainda possuí o suficiente para se reerguer.
De toda forma, a dinâmica desse trio poderia ser interessante, mas por algum motivo bizarro a série opta por, ao invés de explorar esses conflitos, utilizar de um twist bobo no final do penúltimo episódio. Só então que descobrimos qual a real função da Rachel nesse roteiro. Ela é a personagem que foi manipulada, movida como um joguete, para dar um start no arco do Bam.
Não isentando a personagem da culpa da traição, mas todos os outros personagens ficaram o tempo todo pilhando a garota para fazer merda. Ao mesmo tempo em que ela tentava empurrar o Bam pra longe e ele voltava, tal qual um cachorro sem dono. Como se ela tivesse obrigação de corresponder os sentimentos de um garoto que ela já havia deixado para trás.
Que fique claro que estou tendo que puxar as pontas para tentar tirar uma boa dinâmica disso daqui, porque a verdade é que Tower of God é absolutamente chato. Preferia olhar tinta secar a ficar mais um momento com o Bam como protagonista.
Isso é um grande problema, principalmente quando a série não perde uma oportunidade de dizer o quanto esse amaldiçoado é perfeito, maravilhoso, olha como ele é legal. E você olha e ele tá com aquela cara de nada dele enquanto fala manso e não quer nada… Foi uma longa luta terminar essa temporada.
É inclusive curioso como, quanto mais distante do Bam, mais interessantes as coisas ficam. O drama da Endorsi em abraçar a sobrinha e ficar contra o rei é, relativamente, bem construído e resulta numa boa relação entre ela e a Anaaki.
Mesmo que no final a série queira muito que você acredite na amizade daquele grupo quando a mesma série não fez sequer metade do trabalho necessário para isso acontecer, ainda é interessante que os dois melhores personagens, Khun Aguero e Rachel, terminaram na mesma equipe.
E melhor ainda só ela ter empurrado o bosta do Bam para ver se ele finalmente se torna um personagem. Tenho poucas esperanças de que ocorra, mas vai que, né?
Agora, quanto ao empurrão em si, sim ela o traiu, mas nem de longe justifica as reações das pessoas. Como isso é diferente dos atos do Khun Aguero e da Endorsi na prova do pique-esconde? Ah, sim, é porque foi feito contra o protagonista. No mínimo curioso que aquele que não queria abrir mão de nada, acabou perdendo tudo.
Tower of God, pra terminar, é uma série que poderia ser boa. Poderia ser mediana, mas gasta tanto tempo fazendo qualquer outra coisa que não o que importa e acaba sendo bastante ruizinha. Tanto é que, se você viu a série e chegou até aqui, percebeu que eu pulei quase metade dos acontecimentos. Sabe o motivo? Porque tudo isso não importa e só detraí, tanto do elenco, quanto dos temas que a série alude um dia querer trabalhar, talvez, quem sabe.
E antes que alguém venha comentar, não, eu não li a webcomic. Eu também não tenho o menor interesse se acontece X ou Y diferente, ou se “no capítulo 241 explica que na verdade”, essa é uma review do anime, e ele precisa funcionar como uma obra isolada.
E ai, assistiu Tower of God? Gostou? Odiou? Diz aí o que achou e, claro, qual o próximo anime que deve aparecer por aqui.
O cara que só acredita vendo, e depois acaba escrevendo para os outros acreditarem.
46 pensamentos em “Tower of God: Empurrou Foi Pouco – Review”
eu não sou cult, nem vi taaaaaaantos animes assim, então não tenho muito escopo de referências e tal, mas Tower of god foi a coisa mais chata e mal feita (roteiristicamente falando), as únicas coisas que se salvam são a trilha sonora e o design de personagem, mas no primeiro episódio eu ja senti o cheiro da merda vindo, com o quão pouco ele mostrou sobre o Bam e a Rachel que ele quer tanto ir atrás, é a motivação dele, são os dois personagens mais importantes dessa temporada(eram pra ser), e a relação entre eles é tãoooooo rasa, a obra nem faz esforço, consequentemente vc ja fica no foda-se com o Bam no primeiro episódio, a outra coisa é q vc não consegue, nem pelo menos saber o mínimo que faça sentido, sobre aquele mundo, é o primeiro episódio, me dê o mínimo para eu me localizar, e isso se arrasta pela temporada inteira, algumas coisas são explicadas mas tower of god não explica tanta coisa que parece que o autor colocou lá e foda-se pq sim. antes alguém venha me fuzilar aqui, eu estou falando só do anime. tem muita gente que só vê anime e não mangá, pq além dela perder o tempo dela assistindo ela ainda vai gastar mais tempo vendo… mangá não é webcomic eu acho, mas enfim, o anime tem que ser funcional sozinho, e não forçar espectador a ver o anime e depois o material original pra entender as coisas.
Se você acha o Khun o Killua da parada espera chegar o irmão dele o Khun Ran, esse cara é um Killua copiado e colado.
Opa, coisa boa, só que nem tanto!
Muito boa análise! Comecei a assistir por recomendação de dois youtubers e achei terrível. Foi um ultraje a inteligência. Parece que o anime tentar o tempo todo provar que ele é bom, mas não é. É tipo explicar a piada no fim. Detalhe: assisti Tower depois de terminar a última temporada de Shingeki…………. Sem palavras
Muitas gracias, e realmente foi uma série chatinha demais de ver até o final
Alguém só me responde se bam vai deixar de ser otário na próxima temporada, preciso de alguma motivação para tentar continuar a acompanhar esse anime.
Sim ele fica melhor e mais convicto seja por falta de opção ou por personalidade, ele ainda mantêm a faceta bobinha dele mas ele fica melhor.
Um dos melhores frase pra descrever o anime que eu vi é “Tower of God deve ser o animê mais nota 6 dos últimos anos”, in suma, xoxo. Nada tão ruim que de asco ou bom a ponto de querer continuar assistindo, mal roteirizado, mal dirigido. Temo seriamente pela segunda, se continuar nesse ritmo não passa da batalha na fábrica. Uma pena, mas pra quem começou a ler em meados de 2010/12 e nunca pensou que fosse virar um anime, um cancelamento ainda é mais bem vindo que um anime medíocre
“mas sim os flashbacks. Por mais destoantes que eles sejam da linguagem visual do resto da série, todos os flashbacks com estilo de traço diferente foram bem feitos, dos storyboard a trilha. Uma pena que seja o ponto fora da curva da série, não o seu padrão.”
Pra vc ver como o diretor é um merda, isso não é ideia do diretor, é feito exatamente assim no Manhwa, temos que agradecer ao SIU
Pelo fato de gostar muito de fantasia super viajadas eu demorei até perceber que o anime tem muitas coisas ruins. Um universo aparentemente tão rico, mas nada é explicado direito, talvez por causa da quantidade de episódios, já que não vi o material original, o que é uma pena, pois acredito que se melhor estabelecido, o anime seria bem melhor, tanto na compreensão, quanto nos personagens. Logo, talvez se os protagonistas e antagonistas, suas relações, motivos e sentimentos fossem melhor trabalhados, especialmente BAM( o chato) e RAQUEL o anime poderia ser muito melhor.
Não sei se é porque acompanho o webcomic há vários anos mas não tive nenhum problema em acompanhar o anime, unica coisa que concordo da sua analise referente ao anime é que atropelaram bastante, poderiam ter deixado fluir melhor, mas enfim.
Claramente você não gostou do Bam, pelo que senti você parece curtir mais personagens complexos com um desenvolvimento melhor e talz, o que não acontece na primeira parte mesmo da história. Ele não tem nada de complexo, é apenas um garoto ingenuo que queria fazer feliz a pessoa que significava tudo pra ele, sendo deixado entre linhas que ele podia até se sacrificar por ela, considerando ele ter entrado no tanque da enguia gigante no primeiro episodio. Podemos dizer que sua “pureza” é o que cativou os outros personagens, onde é cada por si na torre e você pode tomar uma facada na costa a qualquer momento ele simplesmente acredita nas pessoas, como uma pessoa ingenua e inocente faria.
Sobre o choque de todos com a traição da Rachel, não sei se em seu desgosto você não notou, mas o Bam fazia e faria tudo por ela, ele amava ela, não da pra comparar com a traição do Khun ou da Endorsi pois ambos não tinham a mesma relação com os traídos, não é nem relação de protagonismo e sim entre os personagens.
Unica coisa que concordo com relação a trama no geral (O comic sofreu disso tambem) é que o funcionamento do mundo é meio confuso mesmo no começo, mas isso é por causa da história que ao passar do tempo vai se desenrolando, para o bem ou mal. No caso isso não me incomodou tanto, mas vai de pessoa para pessoa.
Eu diria para você tentar ver o Bam de forma diferente e não desistir da série porque tem bastante coisa bacana com o desenrolar da história.
Sim, ele é um personagem inocente e bonzinho, igual mais da metade dos outros personagens de shonen de lutinha. Com o adicional que a maioria deles tem essa característica somada a uma outra, enquanto o Bam é a versão mais básica possível do trope. Ao mesmo tempo ele não é um personagem ativo, como um Luffy da vida, então ele é só um buraco no meio da narrativa.
E quanto a Rachel, foram 200x da garota mandando o cara se afastar, que ela não queria ele perto, pra ele viver a própria vida e seguir em frente. Tanto faz que ele amava ela de montão se a garota não quer, e ela deixa isso explícito, nada com ele. É muita dor de corno pra um personagem só.
Então não tem nada pra ser visto no Bam que já não tenha sido apresentado (e apresentado melhor) em outros 400 lugares, como eu disse pra outro comentário anterior, ativamente o Bam só resolveu a prova da Enguia. De resto tudo foi feito por outros personagens, então ele não é um personagem reflexivo, tão pouco um personagem de ações fortes que carrega a trama, ele é um nada.
Comecei a assistir por recomendação e no início achei interessante, mas foi ficando extremamente confuso, tedioso e clichê.
O “personagem” principal é genérico e com uma motivação bosta que só se mantém vivo pelo roteiro, além de ficarem injetando personagem random sem desenvolvimento nenhum para tapar buraco e ser derrotado pelos antagonistas tornando as lutas desinteressantes.
A forçação de barra chega a um nível extremo colocando a todo momento powerful girls que tiram seus poderes do roteiro para encherem o saco com tramas sem sal e lutas tediosas que não levam a lugar nenhum.
Fui levando com a barriga até não aguentar mais olhar pro rosto do bonzinho em excesso e promovido ao maior gado do ano, protagonista Bam que mais parece o cachorrinho da barbie.
Sou fã de Tower of God (manhwa),mas esse anime me decepcionou de um jeito absurdo. Esse diretor praticamente quebrou as pernas dos fãs e do autor: o screwplay estava ridículo de ruim, rushado demais e completamente confuso. Tinha umas coisas que até eu, que li o manhwa, fiquei tipo: “cara, eles não vão entender isso”. Muito apressado. Muito mal dirigido. Tinha várias cenas desnecessárias. Senti vontade de chorar sangue.
Sei lá, eu senti frustração demais. Não era um anime para atrair novos fãs, muito menos para agradar os fãs que já liam Tower of God, foi um anime pra passar raiva. Única coisa que salvou nessa produção foi Kevin Penkin.. aquela trilha sonora foi a única coisa que me acalmou assistindo o anime. O manhwa de Tower of God é um worldbuilding fantástico, pena que decidiram colocar um diretor horrível (sem nenhuma fucking experiência) pra dirigir uma obra foda dessas.
Uma das melhores críticas que já li sobre qualquer coisa (games, filmes, carros, TripAdvisor, animes blabla). De fato, a direção é atabalhoada demais. O diretor cospe uma informação na sua cara de forma totalmente aleatória, e vc pensa: “tendi porra nenhuma, segue o lance que mais na frente tudo se explica”, mas os capítulos passam e vc já nem se importa mais. Isso é culpa da falta de elementos que permitem ao espectador especular desfechos acerca de uma situação. Tipo, ao ser perguntado “quem matou Odete Roittman” imediatamente um leque de possibilidades se abria para o espectador (se vc não sabe quem é Odete Roittman, pergunte à sua mãe, ela vai saber melhor que o Google, se ela não souber, recorra à vovó). O exemplo da “gincana” do broche foi muito bem dado, troço completamente zoado, parece regulamento de taça rio, de campeonato paulista, onde divide todo mundo em grupos e ninguem joga contra ninguém do grupo, e no fim todo mundo sabe quem passa. Muita gente reclama dos traços do anime, mas nesse caso eu discordo, achei original e a palheta de cores da uma identidade próprio para o anime. Pra finalizar, mais uma convergência com o autor da crítica: uma parcela enorme de quem assiste anime(na qual me incluo) ta cagando e andando para o manhwua/manga. Comecei a assistir anime faz pouco tempo, depois de descobrir que finalmente poderia acabar de assistir animes que eu não pude terminar de ver na adolescência nesses streaming que tem por aí. Desde então acho que maratonei uns 30 seguidos. E quando vou dar uma olhada na crítica, é sempre a mesma coisa : “ah, mas no mangá não é assim!”, “Pq no mangá, blablabla”, na boa, dane-se.
Olha, a direção realmente deixou a desejar, no primeiro episódio, mas o mundo é extremamente bem construído. Esses episódios do Pique e Pega foram somente rushados, se você for procurar o material original. O dito Rei, o Jahad, nada mais é do que a primeira pessoa que chegou no topo da torre, e ela desejou ser Deus porque a torre realiza qualquer desejo. Simples, não? A obscuridade das provas vai para muito além dessa autoridade, e é trabalhada muito mais a frente no material original, porque envolve toda uma trama com o protagonista. Muito além.
Como alguém que leu a Web Comic gosto como eles cortam as coisas.
Nesse exemplo do pique pega, eu acho ela arrastada e desnecessariamente complicada. Eu só fui entender realmente o que aconteceu vendo o anime (e no final preferia ficar sem entender).
E sobre o desejo do rei, isso está na primeira temporada da comic? Pq lá parece que ele é só um rei mesmo
O que ficou deficiente não é obra, mas sim a adaptação. Mudaram ou retiraram todos os diálogos explicativos da webtoon. Chegando ao ponto de retirar personagens importantes da adaptação. Quem leu a webtoon quase não reconheceu a história do anime. Foi um grande decepcao ver o anime de uma obra que se acreditava que nunca iria sair se feito de maneira tão genérica. A primeira season de TOG tem 87 capítulos ser adaptado em 13 episódios é até um falta de respeito
Primeiro eu gostaria de dizer que concordo com tudo que você disse no texto. O anime é muito ruim e com episódios que não tem necessidade de existir junto a isso tem uma direção porca que nunca consegue transicionar uma cena. Sobre a WebComic eu não acho ela boa. O autor na Webcomic faz vários capítulos sem a necessidade deles e apresenta muitos personagens mesmo, só que ele esquece de desenvolve-los e às vezes até de dar nome tendo que fazer isso no posfácio junto com algumas coisas que ele não conseguiu explicar no capítulo. Junte tudo isso com uma arte feia e confusa e você terá a WebComic de Tower Of God.
Por último parabéns pelo excelente texto. Sempre leio seus texto, e gosto muito deles, mas não sou de comentar. E você pretende fazer um texto sobre a segunda temporada de kaguya-sama? Na minha opinião ta sendo o melhor anime da temporada.
Uma coisa eu não posso negar, todo mundo que lê a webcomic têm opiniões fortes sobre a mesma. É engraçado que, ao mesmo tempo, apareceu já aqui nos comentários uma galera espumando por eu ousar sequer cogitar fazer essa review sem ter lido o original, doideira.
E muito obrigado por acompanhar, seja bem vindo aos comentários. Quanto a Kaguya, eu concordo que seja o melhor da temporada, mas como não fiz review da primeira acho esquisito fazer da segunda, então não está nos planos.
Entendo. Sobre a Webcomic não recomendo você ler nem se for pro vigilância sanitária até porque exige tempo e creio que não valha a pena.Novamente gostaria de parabenizar você e as outras pessoas do site, acho essencial um pensamento mais crítico no mundo dos animes e mangás, pois isso anda muito em falta.
What, vc não recomendar pq demandar tempo??, isso não faz sentido nenhum, Ainda mais a primeira parte que é fechadinha eu recomendo sim. Que tipo de comentário é esse?
Já me cativou com o título, empurrou foi pouco mesmo.
Resolvi ler o manhwa por curiosidade e, de fato, o anime correu muito com a história, enfraquecendo a imagem da obra e deixando difícil dela se sustentar como uma coisa independente da fonte de adaptação.
Além disso, tiveram mudanças sutis em alguns personagens que mudaram a personalidade deles como um todo. A Rachel, por exemplo, teve um pouco do seu egoísmo e inveja aliviados ao colocarem ela como manipulada pelo personagem lá na base da torre, e nas cenas que adicionaram dela não querendo matar o Baam/pedindo pra ele fugir.
Não darei spoilers, mas recomendo a leitura do manhwa caso você, ou qualquer um lendo isso tenham interesse em ver como Tower of God se desenvolve. Não digo isso no sentido de remediar as falhas do anime, e sim caso tenha surgido o interesse em ver o desenvolvimento desse mundo. Embora tenha uma arte bonita e bons dubladores (sério, o elenco e recheadíssimo de dubladores de Boku no hero) o anime não faz jus ao conteúdo apresentado no manhwa.
Sendo bastante sincero, não pretendo pegar pra ler num futuro próximo, muitas outras coisas estão na frente. Ainda mais que a segunda temporada já está confirmada, então devo seguir acompanhando apenas pelo anime mesmo. Ainda tem o fato de que eu acho a webcomic bastante mal desenhada, que me desanima de fazer o esforço para começar.
Sobre isso, a arte na Webtoon muda da água pro vinho na segunda parte. Parece até um manhwa diferente.
Bom depois dessa crítica toda da pra ver que o autor deste texto simplesmente não leu o mangá escrever um texto se fundamento ou se baseando apenas nesses 13 episódios no mínimo deveria ser vergonhoso espero que ele leia a obra abraços
Boa tarde, Amigo. Acabei de ler o texto e me veio uma dúvida vendo o seu comentário. Se o texto analisava o anime de Tower of God, porque ele deveria ter lido o mangá para fazer uma analise especificamente do anime.
Ora, pense comigo, se você vai falar sobre algo X, você não vê Y. Se você vai falar sobre o jogo Ronaldinho Soccer vc não joga PES ou Fifa.
Se você vai falar sobre uma adaptação você não precisa ter visto o original. Talvez seja interessante para acrescentar a discussão, e falar o que a adaptação fez de certo ou errado, no entanto isso não vai mudar o fato do que foi feito na adaptação.
Pois, uma coisa é o anime e a outra é o mangá. Não são as mesmas coisas. O mangá fazer algo bem e o anime fazer algo ruim não muda o fato de que o anime fez algo ruim. Percebe o que eu quero dizer? São coisas diferentes.
Portanto, o texto sendo uma análise sobre o ANIME, não necessariamente é preciso ler o MANGÁ. O anime fazer uma adaptação ruim do mangá não siginifica que o mangá é ruim. Gostaria de frisar o ponto que não é porque o mangá fez algo bom, muda alguma coisa no anime. Entendeu? Então não existe problema nisso.
Um outro exemplo. Uma vaca não é o leite. São coisas diferentes, apesar do leite ter origem na vaca.
Espero que você tenha entendido. Se não fui claro, é só falar 😀
HAHAHAHA
RONALDINHO Socser!!!
(Ganondorf dançando ao fundo?
Bem, como adaptação, foi até avisado por alguns que lêem a Webcomic que é o arco mais parado até então… Espero que sigam a linha das explicações sobre esse universo e a amarração das pontas soltas! Tem muita história a se desenvolver ainda… Dê espaço a próxima temporada!
Se uma segunda temporada for boa, mérito dela, nada disso vai mudar o fato da primeira temporada ter sido fraquíssima.
Ótimo texto. Porém, não acho justas suas críticas ao Bam, afinal ele só é “sem graça” pois perdeu a memória, logo seria normal ele não possuir uma personalidade definida. Inclusive gosto muito como ele mantém essa forma, sem uma mudança brusca como na maioria dos animes, na minha opinião foi um dos pontos mais altos da trama.
Veja bem, o que o Bam ativamente fez nessa temporada? Porque em todas as provas outros personagens resolveram. A história o tempo todo tenta forçar que ele é a cola que conecta aquela equipe, mas tudo que temos é um garoto sem graça com olhar de peixe morto. Não há carisma ou agência no personagem que justifique toda conversa do elenco de apoio sobre como “todos eles confiam no Bam” e como “ele tem algo que nós perdemos” e todo esse papo clichê de battleshonen.
Se a ideia é criar um personagem vazio e sem aspirações/emoções, o resto do roteiro precisa fazer sentido com isso. Do jeito que foi feito, parece que o Bam é um personagem mudo de JRPG e as pessoas gostam por ser o protagonista e o avatar do jogador.
é bastante simples de entender o porquê do Bam ser visto como diferente ou especial por todos os outros personagens, na vida real não existem pessoas como ele, toda aquela parada de escolher fazer o certo sem esperar recompensas. E realmente o Bam não tem carisma, mas dentro da história ele funciona muito bem sim. Ele se destaca por suas atitudes e não por ser forte ou inteligente, ou seja, ele é tratada como mais um personagem qualquer e o que faz dele o protagonista é justamente esse lado “bondoso” dele.
Não vi motivos ainda para desgostar dele, a maioria do público de anime está acostumado a protagonistas que sempre sobressaem, mas entenda que essa não é a proposta do Bam.
Eu gosto que os dois parágrafos são quase contraditórios. No primeiro, temos o protagonista de b.shonen padrão de todo dia, no segundo, temos que a proposta do Bam é não ser ele.
Então nós temos as partes fracas dos protagonistas de b.shonen (bonzinho pelo bonzinho, extremamente raso) enquanto ao mesmo tempo ele não serve como o motor que sobressai e move o resto, é um grande lose-lose.
E quanto a ele se destacar pelas atitudes… que atitudes? Ele não fez nada durante a série, é um personagem movido pela inação, todas as provas são resolvidas por outros personagens e não ele. A primeira é ele recebendo a espadinha de graça, a segunda o Khun Aguero lida praticamente sozinho, a terceira ele tem “sorte” de ficar do outro lado da barreira, a quarta o Lagarto quem escolhe a porta, a quinta é resolvida pelo Khun Aguero e pela Endorsi, cada um com sua equipe, e a última é feita por literalmente todos os personagens menos o Bam. Realmente, um personagem de muitas ações.
hmm não vi onde foi contraditório, talvez eu que esteja sendo burra. Ainda sim não conseguiu me convencer. Vamos lá, você diz que os principais motivos de ele ser um personagem ruim é não conseguir ser útil nas provas. Discordo completamente que isso o torne algo ruim dentro da trama. Pense comigo, pq o Bam n resolveu nenhum teste? pq o Bam logicamente não era o mais adequado para isso, já que ele era só um guri normal com um poder misterioso, este q ele ainda não possui NENHUMA informação de como usá-lo. Ou seja, meio óbvio o pq dele ser inútil. E isso não o qualifica como algo ruim como vc quer insistir a todo custo.
Agora, me explicando melhor: os protagonistas já se destacam por comandarem a narrativa principal (exatamente como o Bam faz), não há necessidade de torná-lo um destaque em mais nada. E o anime ainda busca justificar isso melhor, dando a ele a perda de memória.
É isso, se esforce para entender amigo. Cheguei na paz, mas tu parece n querer entender oq digo.
ah esquece, talvez eu tenha me convencido agora. Se destacar por atitudes é algo realmente bem básico. Mas mesmo assim ele n me desagradou e consegui torcer por ele. Enfim, desculpa o incômodo.
na moral guerreiro, a rachel carregou nas costas esse final de ToG, alias o picolo monge estava certo em perguntar se ele passou no teste, até pq daquela galera q esta aki, só o khun era mesmo amigo do baam !
Que isso, eles até comeram juntos na cantina. E apareceram no sonho da Rachel dos 12 apóstolos de Bam
kkkkkkkkkkk !
Só esqueceu de falar do Zoro negro, que assim como esse anime é uma idéia OK que nunca vai pra lugar nenhum. Ótima review Guerrero
Eu vi os primeiros 6 capítulos com meu primos de uma vez só, eu tinha gostado muito e resolvi ver o resto pela webcomic. Algo que me deixou em choque é o quão apressado esse anime é, ao ponto de tirar a tensão de tudo. A prova do esconde-esconde (que não é lá muito bem explicada, realmente) é algo que te deixa ansioso no webcomic e no anime parece a coisa mais trivial do mundo.
E o Bam é mesmo um pé no saco. Tudo lá é mais interessante do que ele, até aquele jacaré insuportável. Eu tô no começo da segunda parte do webcomic, onde tem uns 2 anos de timeskip e a história fica mais interessante, mas o arrombado continua com o carisma de uma porta. Se a série fosse só focada nas Princesas Jahad ou no Khun seria mil vezes melhor.
Nossa, mas com toda certeza seria muito melhor se fossem só as princesas. Inclusive no meu coração o Bam morreu nesse final e a segunda temporada vai ser só com o grupinho que sobrou.
Analise precisa. Acredito que seja até bom você ler a webcomic pra ver como a obra se torna escancaramente sem conteúdo e genérica. Sério, o autor coloca tantos personagens que você perde a conta, e não desenvolve nenhum.
Realmente não tenho vontade nenhuma de ler não.
Na hora que sair por aí a segunda temporada eu sigo nessa jornada.
Eu concordo com grande parte do que foi colocado, mas uma coisa que eu tenho que colocar a culpa da obra ser mais ou menos tb deve ser estendida para o roteirista do anime, que roteiro porco viu.
Concordo que é um roteiro bastante limitado e fraco.