Eu passei uns meses ponderando se escreveria ou não esse texto. Falar sobre Light Novel Brasileiras poderia, com certa facilidade, deixar pessoas pessoalmente ofendidas. Mas decidi que se eu reclamo como um velho dos autores japoneses, nada mais justo que fazer o mesmo com meus compatriotas.
Por motivos de transparência, as light novels lidas para a elaboração deste texto foram Scarlet e a Guerra Santa (3 capítulos lidos), escrito por Leonardo Araújo, As Crônicas de Arian (8 capítulos lidos), escrito por Marco Abreu e A Saga das Três Luas (2 capítulos lidos), escrito por Fred Oliveira, e portanto não se trata de um review de nenhum dos livros.
O que é uma Light Novel?
Light Novel é um termo criado no Japão pra designar um selo de publicações, normalmente de histórias com poucas páginas. É presente na maioria delas uma série de ilustrações, não necessariamente em estilo mangá.
Light Novels são, principalmente, desenvolvidas para consumo de massa, altamente descartáveis e de forma seriada, tal qual mangás em uma Jump da vida. A presença de ilustrações permite ao autor enxugar a descrição das cenas, graças ao auxílio visual.
É raro que um autor consiga mais que um sucesso. Isto se deve graças a produção em nível industrial que a mídia exige.
Se quiser mais informações sobre a mídia, aqui está um artigo em inglês sobre o assunto.
Por esses motivos, a mídia demonstra ser muito mais focada na quantidade do que na qualidade das suas narrativas, e os autores, presos num ciclo de trabalho quase desumano, causam a homogeneização das produções. E é por isto que animes baseados em light novel são, normalmente, tão parecidos um com o outro.
Mas e o Brasil?
Eu precisava esclarecer isso antes de comentar sobre as light novels dos youtubers. Precisava porque toda essa indústria por trás dos autores japoneses é absolutamente inexistente por esse lado do globo.
E é aí que meus problemas começam. Quando se escreve uma obra seriada, é comum o nível de planejamento não ser tão grande. Principalmente na indústria japonesa, seja nas light novel, seja nos mangás semanais. Isso faz com que essas obras apresentam uma quantidade maior de gordura, capítulos dispensáveis, que estão ali para respiro do autor.
Por serem seriadas, a interação do público também tem influência no desenvolvimento da trama, e pra isso não é necessário ir muito longe. Só é preciso olhar para as populares novelas que produzimos aos montes na tv. Além do absurdo ritmo de produção (1 episódio de 1 hora, seis dias por semana), se percebe uma enorme quantidade de núcleos, cujo tempo de tela é basicamente regrado pela aceitação do público.
Os tamanhos das novelas também variam conforme a quantidade de audiência que a mesma possui. E esses não são os únicos traços de semelhança entre as mídias, mas não é sobre isso que eu queria falar hoje.
Literatura brasileira já foi publicada de forma serializada, sempre bom lembrar, que Machado de Assis (dito chato no press release de um dos autores) publicou algum de seus livros em jornais da época. No entanto, este não é o caso aqui, ambos publicaram seus trabalhos apenas de maneira independente na internet, ou em formato de volume fechado nas livrarias. Não existe aqui uma pressão de fazer os capítulos sem planejamento prévio, correndo para cumprir prazos exigidos por uma indústria.
Um livro escrito por quem não gosta de ler
“E reforço, mesmo quem não gosta de ler, não é um livro chato e paradão que te obrigavam a ler no colégio”
É complicado ver alguém que se predispõe a trabalhar numa mídia, pegar os clássicos e falar “já que somos traumatizados por livros horríveis no colégio” link. É como um cineasta iniciante olhar Poderoso Chefão e dizer que faz melhor.
Mas não é nem necessário este tipo de comentário para se deduzir que não há qualquer entrosamento autor->mídia, você só precisa ler os capítulos.
A tal tediosa descrição, apontada pelo senhor Marco Abreu, não existe em literatura para dar sono, aumentar o número de páginas, ou por preguiça de deixar a narrativa dinâmica. Descrição serve para nos tornar parte daquele universo, nos fazer imergir na história e nos importarmos com ela.
Sem falar que no desespero por fazer uma obra dinâmica, ele se atropela em fazer com que o leitor se conecte com o que está acontecendo, e ele nem é o pior da leva no que diz respeito a narrativa.
Indo além disso, um problema compartilhado pelas obras é o de assumir que você se importa com os personagens. Bom, eles tem um nome, uma pincelada de características, então obviamente o leitor se importa com eles, né? Não é assim que funciona.
O trabalho do autor, é fazer a ponte entre os seus personagens e o leitor, e, para tal, é necessário alguma dose de respeito por parte do mesmo com os próprios personagens. Quando se inicia uma narrativa com um personagem que é claramente uma ferramenta de choque e nada mais, não existe leitor no mundo que vai se importar com o que está acontecendo.
Não é responsabilidade do público simpatizar com os personagens, é o trabalho do escritor.
Desespero para parecer adulto
Marco e Leonardo identificam suas produções como sendo focadas no público adulto. É notável a necessidade que eles têm de provar que o livro deles é maduro, e pra isso, utilizam do pior e mais barato artifício possível, o estupro.
Devo dizer, que não sou da corrente de pensamento que não se deve utilizar estupro de maneira alguma em obras de arte. Devo dizer também que não sou mulher, e portanto não vivo com medo de que isso ocorra toda vez que coloco os pés na rua.
A questão é, estupro é uma ferramenta que deve ser usada com MUITO cuidado, é um dos mais pesados meios de se ferir alguém, uma vez que o fere de maneira severa, psicologicamente E fisicamente. Uma ferramenta que só pode ser igualada talvez, pela tortura.
Dito isso, pra onde essas histórias planejam escalar? No começo de suas narrativas, pra mostrar que um personagem (nos dois casos, masculino) é forte, recorrem ao estupro ou tentativa de estupro da personagem feminina (e olha que em um dos casos é a protagonista). O que eu posso esperar daqui pra frente? Que teremos uma tonelada de violência gratuita? Você já dessensibilizou o leitor e criou pra si mesmo um power creep da crueldade.
Qualquer um consegue escrever um livro, né?
Esse tipo de problema se dá por uma causa: falta de planejamento. Não existiu um trabalho de construir uma linha prévia que guiaria para onde a narrativa vai, afinal, é muito fácil escrever um livro. E isso fica evidente nas três produções.
A começar por Arian que passa sete capítulos com um prólogo/side story que só está ali para estabelecer o trabalho do protagonista. É um frankestein que vem das influências. Afinal, mangás de batalha (principalmente os vindos da Jump), tem a tendência de começar com um arco descartável (Zabuza, Alvida, Deku sem poderes), e só então ir “pra história”.
Só que trazer isso para um livro é não entender literatura e quadrinhos. Esse corte de material inútil está lá porque séries estreantes podem morrer a qualquer momento, então os autores gastam, por vezes, uma dezena de capítulos para dar o tom da história, ao mesmo tempo em que não querem alienar quem começa a ler lá pelo capítulo 10-12.
Interessante, no entanto, é que o outro erro clássico de falta de planejamento, Arian não comete, mas Scarlet e Três Luas sim. Está na hora de falar sobre construção de mundo.
Existe uma regra não dita dos primeiros capítulos dos mangás de porrada. Se o autor fez a famosa página do Hunter x Hunter, pode ter certeza que ele vai pra forca. Tudo bem que esse não é o único indício de cancelamento que o primeiro capítulo pode entregar, mas é o que eu preciso para esse texto.
Quando este tipo de página expondo “suas idéias pra aquele universo” aparece, a confiança do leitor para com a obra é absolutamente minada. Ela traz a sensação de que NEM O PRÓPRIO AUTOR CONFIA QUE VAI LONGE, então ele precisa apresentar tudo que o mundo tem de legal pra agarrar algum leitor o quanto antes. É um sinal claro de amadorismo e falta de cuidado.
Você não é suas referências
Acho muito interessante a produção de obras de arte, caso não o achasse, estaria fazendo qualquer outra coisa, menos esse texto. Gosto principalmente de obras feitas por equipes pequenas, porque a pessoa, quer queira, quer não, acaba transbordando pra dentro da própria obra. É por isso que Evangelion ter sido produzido durante um período determinante da depressão do Hideaki Anno foi essencial para o que a história seria.
Dito isso, eu não sinto nenhuma pessoalidade nessas light novels, e pra mim, MESMO COM TUDO QUE EU ESCREVI ATÉ AQUI, esse é o maior pecado. Esses livros são uma grande colagem do que os autores gostam, não um espelho do que eles sentem e pensam.
Eu não acho errado produzir algo descartável e feito para passar tempo, mas é assim mesmo que quem escreve isso quer não ser lembrado? Porque um recorte de gostos não vai marcar ninguém, não vai inspirar ninguém, não vai mover ninguém, e uma obra que não diz nada, não é falada por ninguém.
O cara que só acredita vendo, e depois acaba escrevendo para os outros acreditarem.
22 pensamentos em “As não tão recentes Light Novel Brasileiras”
Gostei bastante do artigo e concordo com a maioria do que é dito. Porém, reservo algumas opiniões contrárias, como o fato do Marco afirmar que os livros lidos na escola são chatos e afins. Bom, a maioria deles são sim, o que posso fazer, pois discordar da existência da gravidade não faz ninguém voar, assim como dizer que os clássicos são super divertidos, não os tornam mais interessantes. Entretanto, o ponto é que me pareceu uma avaliação do conteúdo do livro a partir da sinopse ou de alguma nota do autor, não fica bem clara a origem. Ele só estava vendendo o “produto” dele, não dá para julgar a obra por isso. Entretanto, concordo bastante que assuntos serios costumam ser banalizados nas obras em uma tentativa falsa de deixar a obra mais adulta, isso é um problema. Assim como vejo um problema de personagens morrendo no primeiro capítulo para nos dar uma sensação de perigo e urgência, quando ainda não nos importamos com eles.
Crônicas de Arian é uma das maiores janelas para os problemas do autor principal.
O cara escreve mulheres da mesma forma, descreve elas dá mesma forma se diferenciando apenas pelas garotas de cabelo curto, (que são muito masculinas) e rapaz toda mulher é violentada, morta, torturada, vítima de *pedofilia* meu caro e suas personalidades dá pra resumir como uma eterna tesão pelo protagonista, isso só é a parte das mulheres quando ele descreve personagens negros e homossexuais, eu acho que ele ofendeu todos os grupos possíveis inclusive porque raça aqui é um tipo de adereço e todas elas parecem seres humanos, esse cara quer falar mal do Tolkien porque erros de português, falta de descrição, uso de inglês porque é “COOL” porque escrever Guild? Oras meu colega porque sim, inclusive ele só cita esses “aspectos de mundos”, mas nunca tem uma explicação básica ele só cita e se você conhece animes parabéns, porque se você não conhece está ferrado, resumindo outros problemas, assim como uma novela dava pra contar o livro inteiro em um capítulo, o final é ofensivo e uma merda não justifica todas essas páginas e o autor tinha que ler mais ser menos presunçoso e conviver mais nesse mundo, porque tudo aqui é no mínimo doente e não dá pra separar o Marcos dessa obra (até porque tem um personagem com o nome dele na história). E por um acaso é um gostosão que puxa sardinha para o protagonista que em poucas palavras, é um merda covarde e doente que se esconde através da sua segunda personalidade “vulgo facilitação para o protagonista cometer atrocidades” segundo Marcos tudo pode na ficção então eu digo para ele sair da ficção e encarar a realidade e quem sabe ele vira um escritor decente.
Em resumo gostei da sua crítica e “otaco” bom é “otaco” que não escreve obras genéricas, inspiradas em histórias genéricas, de escritores japoneses amadores.
Very nice mano
Gostei da análise, mas ai entra uma questão bem tensa. Essas light novels que você citou são de autores que não lidam com isso. São youtubers e etc, mas nenhum que realmente estude e leia sobre escrita pra tê-la como trabalho. É difícil demais ver alguém que realmente seja um escritor querer se aventurar em um nicho tão pequeno e restrito, ainda mais sem editoras no Brasil que publiquem esse tipo de trabalho, apenas traduzem as de fora. (não vamos falar sobre as pagas que publicam qualquer coisa aqui).
Light novels boas, feitas por brasileiros, só virão quando for um estilo levado a sério. Eu faço minha parte em grupo de escritores espalhando a palavra, e sempre trago novos leitores apresentando a ideia do gênero em si, em vez de afastá-los com essa coisa de “livro de desenho japonês”. Eu realmente espero mudanças no cenário, pois ainda tenho sonho de viver desse tipo de obra que amo tanto.
Cara gostei da sua analise, não cheguei sequer a ler as obras citadas, mas, já vi elas para sr lidas em alguns sites de novel BR. Uma coisa que eu vi nas novel brasileira é o excesso de palavras, quando você pesquisa na wiki o que é novel o artigo é categórico, é uma leitura dinâmica e de fácil entendimento, e nessas dai tem bastante gente escrevendo livros dizendo que são novel, o que tu acha disso?
Acho ok no geral, continua sendo fácil de ler, o texto é o raso do raso. Só é inchada com uma tonelada de coisa descartável mesmo.
Me corrija se eu tiver enganado. Existe a Light novel e a Web Novel, a segunda é o underground da escrita, porém é a origem da Light Novel. Uma das diferenças que eu vi entre o Brasil e o Oriente é que eles não se consideram escritores no mesmo sentido que os brasileiros se consideram, Para muitos autores orientais parece um passatempo. Ai vem outro ponto que é tocar na ferida: Os japoneses e Chineses saem do colégio quase escritores. É natural o garçom escrever uma webnovel sobre um garçom abduzido se tornando héroi em outro planeta sem precisar de um atestado da faculdade. Brasil e Oriente são dois mundos diferentes. Acho que são as editoras que imploram para editar e transformar WebNovel em Light Novel, diferente do Brasil que imploramos para publicar em Light Novel, por causa do din din.
Eu li necromancer em Seul, com o google tradutor mesmo, e me diverti muito. Uma das qualidades, que pra muitos é um defeito, é que o autor conta a história como quem narra uma partida de futebol, deixando bastante pra imaginação. No Brasil de Alencar e Machado de Assis escrever qualquer coisa como quem narra uma partida de futebol é inadmíssivel.
Quanto a light Novel com estupro, eu não acho esse o problema, o problema é quando tentam elitizar um estilo que lá fora que qualquer pessoa produz até o momento que as editoras imploram pelo seu trabalho, tendo em vista que a maioria das light Novel é de origem da WebNovel.
Eu particularmente, eu não sou escritor, quando estou estressado com meu trabalho e com a vida, meu passatempo é escrever uma novel fantasia como quem narra um jogo de futebol, simplesmente por que gosto de fantasia e por que eu me divirto muito com minha protagonista. Não, não, não há estrupo, ela é uma Comandante que aprende a arte da guerra com outra raça, após a raça humana declara-la inimiga . Eu não sei se todo mundo é assim, mas acho que ela tá viva em alguma dimensão. Quando tiver tempo quem sabe eu apenas coloque os direitos autorais e jogue na web-de-graça, com todos os erros de português. Agora no caso de virar uma light Novel, que o interessado em publicar se vire para corrigir.
Existe muito melindre no nosso país sobre erros de Português, que inibe as estórias de muita gente, nem sempre quem tem imaginação escreve certo (é o meu caso) e nem sempre quem escreve certo tem imaginação, os dois existem para se unir. Até eu já pensei em abrir um blog coisa do tipo Web Novel leitura do inferno, para colocar as Web Novel de qualquer um!! sendo o único jurado o crivo do leitor. Eu gosto de Web Novel, porém eu gosto delas por que elas não possuem qualidade nenhuma, se possuem qualidade não é Web Novel. Web Novel é divertimento. E cada uma delas possui seu público. Existe muita Web Novel que é a gosto do cliente, mas como reclamar de algo que é de graça?
Me desculpe se fui incisivo, eu compreendo o sentimento do Gabriel Guerrero, mas o que o amigo quer, só poderá existir no nosso país quando pararem de elitizar autores.
Você ao menos leu o texto? Claramente estou falando sobre as histórias escritas em “estilo light novel” por brasileiros. Não entrei em momento nenhum sobre a lógica de mercado, diferenças ou coisa que o valha.
Outra questão, quem está elitizando a escrita brasileira é você. Você quem acha que livro brasileiro é só Machado de Assis. Tem uma tonelada de histórias de fantasia atualmente, escrita pelo mais variado campo de escritores.
E não é porque a pessoa é “um garçom” que o texto dela deixa de ser ruim. Se a história for ruim, ela é ruim, não importa se foi feita “só como um hobbie”.
Fique a vontade pra olhar algo como só entretenimento, sem precisar pensar muito. Acho uma pena que faça isso, principalmente por se dizer escritor. É bastante limitante e deixa uma leitura um tanto mais pobre.
E quanto a ser de graça, qual a diferença? Algo tem mais valor por ser vendido? Algo é melhor por ter dinheiro no meio? Se for, saiba que a maior parte das LN’s que comentei neste post estão a venda, mas nota-se que você claramente não leu o que eu estava dizendo, leu o que você queria ler.
Pessoas que buscam ler uma história sobre um guardião sem memórias tarado por elfas estão cagando pro que o autor pensa e sente. Na minha opinião, pessoas que acham que todo livro deve transmitir uma “motivação ou seguimento para a vida” não sabem o que é uma história de ficção. Não ligo de um autor querer colocar ideias e pensamentos dele sobre o mundo em seus livros, mas eu penso que se alguém quer mostrar para as outras pessoas o que pensam, devam escrever um livro chamado “Segue a vida desse jeito, porque sou um escritor clássico que nunca erra”, e não um chamado “Crônicas de Arian – O guardião sem memórias”. Devo dizer que desses livros mencionados, li somente As Crônicas de Arian, volume 1 e o que saiu até agora do 2, então não vou dizer nada sobre os outros dois. Mas, o próprio Tolkien caracterizou O Senhor dos Anéis como “um cara que quer jogar um anel num vulcão pra salvar o mundo”, não tem nada além disso no livro. E Tolkien é lembrado até hoje como um escritor que revolucionou o gênero da fantasia, e não foi esquecido como “só mais um que não diz nada e não é lembrado por mais ninguém”.
Eu poderia desenvolver uma resposta aqui, mas você comparou o Marco com o Tolkien, então eu prefiro só observar.
Nunca comparei os dois meu amigo. Na verdade, queria pedir umas desculpas por a agressividade no meu texto, eu estava meio alterado quando escrevi. Bom, nunca comparei Marco ao Tolkien (e te pergunto: por que eu não poderia?), apenas disse que o até mesmo o Tolkien disse que a história dele é superficial, só uma aventura, e por que o Tolkien pode fazer algo que um escritor brasileiro não possa?
Primeiramente, link dessa fala do Tolkien, por favor. Segundo, pode comparar, é uma péssima comparação por eles estarem em patamares absolutamente diferentes, mas faça ela se quiser. Terceiro, mesmo sendo “só uma aventura”, a narrativa está imbuída de vários significados, ou tu acha que serem hobbits, as criaturas mais menosprezadas daquele universo, os grandes salvadores não comunica nada?? Que quem vence a batalha ser uma mulher não significa nada? Que a conexão desenvolvida entre o Legolas e o Gmily não passa uma mensagem? Tu isso é trabalhado na narrativa do Tolkien, e mesmo que ele tenha uma opinião de que é “só uma aventura”, ele está trabalhando temáticas e a obra dele diz coisas.
Mas agora, se tu não consegue tirar nada de Senhor dos Anéis que não seja uma aventurinha superficial, eu só lamento muito por você.
Bom, primeiramente o link da fala do Tolkien eu não lembro onde vi, mas era em um lugar confiável, então acredite se quiser, não ligo. E sobre o Tolkien estar em um “patamar absolutamente diferente”, quero perguntar: Leu todo o livro do Marco? Nele também é cheio de “significados”, momentos onde o protagonista tem que decidir, por exemplo, salvar uma pessoa que é importante pra ele, ou muitas pessoas que matariam ele por menos. Ou momentos em que personagens estão em uma situação sem saída, e fazem algo que para os outros é inaceitável, mas que para eles é o correto. A trama do Marco tem muito disso, se é isso que faz um livro ser bom para você. Mas o que eu sempre digo é o seguinte, mesmo que a história seja cheia de significados e filosofias e seja o que for, ela ainda é só uma histórinha de aventura.
Uma coisa que não tem a ver com isso, mas que quero comentar é: por que estupro é um artifício barato em obras? Principalmente em medievais. Na idade média, estupro era terça-feira, então por que um autor não pode fazer isso? Tem que fazer um mundo bonitinho onde todo mundo é super gente boa? (é claro que o uso repetitivo disso se torna realmente um artifício barato, mas estou falando de acontecer uma ou outra vez)
E, aliás, “Gmily” não é nenhum personagem de Senhor dos Anéis. Suponho que deva estar falando do Gimli…
Eu tenho um dragão na minha garagem, só que ele é invisível a câmeras, por isso eu não tirei fotos, então acredite se quiser, não ligo. Não, não li todo o livro do Marco, pra ler eu precisaria achar alguma qualidade sequer no primeiro arco, seja construção de personagem, seja narrativa, seja estilo de escrita. Não foi o caso. É necessário que narrativas construam seus elementos, jogar CENAS DE DECISÃO, não servem pra nada se elas não tiverem sido estabelecidas antes, mas tenho certeza que você sabe disso, já que é o grande especialista que coloca um linguísta renomado, que criou um dos pilares do gênero de fantasia moderno, e um youtuber que mal consegue construir um texto, no mesmo patamar.
Na idade média, as pessoas passavam a vida trabalhando no campo, passando fome. Na idade média, não era todo mundo bonito e bem arrumado. Na idade média, não existiam elfos. As Crônicas de Arian não são um retrato histórico da idade média, o autor opta por colocar ou não elementos como o convém, mas certamente você sabe disso, só está se fazendo de idiota. Segundo, o estupro, serviu pra que na narrativa? Pra criar uns vilões que mal tinham nome, e masturbar o grande herói que serve de receptáculo pro leitor se espelhar, não é tratado com a devida seriedade, é apenas fantasia de poder barato, que autor amador usa com uma frequência inacreditável, achando que magicamente vai criar peso para a cena coisa que WOW SURPRESA, não funciona.
NOSSA, MAS QUE INCRÍVEL, ELE CORRIGIU O NOME DE UM PERSONAGEM, agora sim, todo meu texto perdeu o sentido…a faça-me o favor.
Nossa, eu corrigi o nome de um personagem e o super renomado critico literário ficou puto. Já parou pra pensar que 90% dos personagens do próprio Senhor dos Anéis, livro do grande linguista renomado com anos de formação acadêmica, são rasos e circunstanciais? Sauron é o grande Maia tenente de Morgoth que adivinha, é um simples vilão maléfico que quer dominar o mundo. Sam carregava o Frodo pelas montanhas da puta que o pariu de Mordor, por quê? Porque, se não, o Sauron venceria a guerra.
O livro do Marco realmente tem uma escrita bem ruinzinha, mas que melhorou um pouco pelo decorrer do livros, mas isso não é a única coisa. Aposto que o crítico renomado de um site na internet leria o Senhor dos Anéis na época em que foi lançado, com boa parte do primeiro livro sendo PARA PORRA NENHUMA. Ah! E o Tom Bombadil? é Deus né? Eru Ilúvatar na Terra Média.
http://tolkienbrasil.com/2015/07/28/a-opiniao-de-tolkien-sobre-as-cronicas-de-narnia-de-c-s-lewis/ acho que aqui tem fontes o suficiente para seu dragão na garagem.
“As Crônicas de Arian não são um retrato histórico da idade média, o autor opta por colocar ou não elementos como o convém” EXATAMENTE. Não é um retrato da idade média, é um mundo de fantasia totalmente criado para o livro, exatamente igual o Senhor dos Anéis. O próprio autor já disse que o mundo dele não é exatamente igual a idade média.
“Segundo, o estupro, serviu pra que na narrativa?” Sim, para nada, exatamente como Tom Bombadil, os fantasmas da montanha dos mortos, e outras coisas de Senhor dos Anéis. As cenas “que tentam ser tensas” serviram para criar um momento de tensão, para o leitor ficar curioso(ou escrever uma review falando mal) no que vai acontecer a seguir, e a seguir o autor desenvolve os personagens, tendo que tomar decisões difíceis, ou ver a mulher que o ajudou sendo morta por mercenários por causa de um erro do próprio personagem.
“jogar CENAS DE DECISÃO, não servem pra nada se elas não tiverem sido estabelecidas antes” serem construídas antes? “Olha, vai ter uma batalha ali, mas não liga não, vai sair todo mundo de boa. O mago ali vai morrer mas não liga que ele volta no próximo livro”.
Um tanto arrogante não?…
Com certeza, Osvald, mas não tenho saco pra pseudo-critico desse tipo. Nem respondo mais, mesmo se ele se manifestar de novo, não vou perder mais tempo com gente assim.
Acho q ele ficou sem palavras
Perfeito.
Quando li o título, me reportei aos site de fanfics, tipo o socialspirit (que nem sei se ainda exisye,as né…) . Sejam histórias fanfics mesmo, ou com personagens originais, cada capítulo era uma aposta e acho que renderia uma boa matéria
Eu realmente não tenho muita familiaridade com o ambiente de fanfics, tanto que nem sabia da existencia desse socialspirit, mas talvez seja uma boa dar uma olhada mesmo. Só fico com um pé atrás porque fanfics normalmente são claramente amadoras, e me sinto meio mal de críticar (no sentido análise) a parada que é só o hobby da pessoa.