Inferno Cop é bobajada no seu estado mais puro – Review

Inferno Cop é uma série pra internet lançada em 2012. O ONA possui 13 episódios de 3 minutos cada. A série foi dirigida por Akira Amemiya (Ninja Slayer from Animation, SSSS.Gridman) e teve series composition por Hiromi Wakabayashi (estreante). Inferno Cop é uma produção do estúdio Trigger e foi lançada oficialmente no Brasil pela Crunchyroll.

Sinopse: Inferno Cop vs. O MUNDO. Sua chama profana da justiça queima (com tudo)! (fonte: Crunchyroll)

Era segunda-feira, 11 de janeiro quando eu, despretensiosamente, dei play em um episódio de Inferno Cop para relembrar esta maravilha. Quando dei por mim, já havia visto todos os treze episódios e estava aqui, escrevendo essa quase que review.

Digo quase que review por que é muito difícil julgar Inferno Cop. Se já é difícil julgar uma comédia normal, quem dirá esse pequeno pacote de felicidade em três minutos. De qualquer forma, vou dar o meu melhor.

Inferno Cop é uma série de paródia policial, dividida em pequenas aventuras quase que autocontidas, que vão desde uma grávida sequestrada até o Terceiro Impacto. Uma coisa que me surpreendeu bastante é a tonelada de referências fora do círculo anime/mangá que essa série tem.

Digo, hoje em dia é muito mais fácil de bater o olho na Claudia e perceber que a piada é com a Wanda dos X-Men, mas em 2012, esse lado da piada provavelmente passaria completamente batido. Só que Inferno Cop tem um texto afiado o bastante para, sempre que ele coloca uma referência, ela funcione mais como um extra, do que ser o centro da piada. Se você percebe que a repórter é a April de Tartarugas Ninja, vai dar risada, se não perceber, só ela estar comentando o clima da invasão zumbi e como ela chegou mais cedo, igual um fenômeno meteorológico já vai ser bizarro o suficiente.

A minutagem total de cada episódio também ajuda demais nesse fator nonsense que carrega a série. Por ter apenas 3 minutos por episódio, Inferno Cop pode se permitir não explicar nada, e saltar de momento absurdo em momento absurdo. Juntando isso a fórmula episódica da série, e temos um conceito idiota atrás do outro, sem deixar um momento de respiro para questionar como um bebê recém nascido se transformou numa criatura dos mares. A filosofia que rege Inferno Cop é o “vamos, não há tempo para explicar” e funciona bem demais.

Aliado a isso, temos o maravilhoso clima de baixo orçamento da série. Não existe trabalho de animação na série, os modelos são arrastados, ou rotacionados na tela, mas nada realmente se move. Quero dizer, quase nada, já que o maravilhoso fogo cg está sempre ali fazendo o seu trabalho. Isso, aliado ao maravilhoso trabalho de vozes, trazem um sentimento muito forte de produção tosqueira do começo da internet, ao qual eu aprecio demais.

Falando rapidinho sobre as vozes, é simplesmente maravilhoso que todos os dubladores sejam homens. Então quando alguma das muitas personagens femininas entra em cena, é um cara fazendo vozinha fina. É simplesmente mágico ver discursos “sérios” sobre criação de um novo mundo sem guerras ou pequenos roubos e a personagem falando igual um Muppet.

E falando só um pouquinho sobre o Inferno Cop em si, ele é um personagem simplesmente maravilhoso. Somos apresentados a ele numa cena um tanto ácida sobre a polícia japonesa estar mais preocupada com pirataria que crimes reais. A partir daí ele nos apresenta o flashback triste padrão de filmes de vingança.

Então nós temos os próximos 11 episódios com o Inferno Cop fazendo absolutamente qualquer outra coisa que não tem nada com o verdadeiro objetivo dele. Ele volta no tempo, vai pro inferno, se torna um deus, participa de corridas clandestinas, encontra um parceiro mirim, viaja para o Egito. Enfim, um homem/caveira/policial que sofre de transtornos sérios de déficit de atenção. Mas aí, nos finalmentes da série, ele se encontra com o seu eu interior (personificado num pão mal digerido que lembrava muito o sidekick dele) e ele se lembra que o mundo precisa ser salvo. O que isso tinha com o plot de vingança inicial? Não muito, mas ele venceu os vilões ainda assim.

Inclusive apenas um último comentário, mas quando ele colocou a mascarazinha no pão eu quase explodi, foi por um triz assim.

Inferno Cop é uma experiência que merece ser vivida, nem que seja uma vez na vida. Se você, por algum motivo, deixou esse pedacinho do paraíso passar, seja pelo baixo orçamento, seja por ninguém nunca ter te apresentado antes, faça um favor a você mesmo e assista. É diversão garantida pela pouco mais de uma hora que ele tem de duração. Eu realmente adoraria que mais estúdios se dessem o direito de enlouquecer de forma tão sincera assim, sem amarras ou limites.

E você, Assistiu Inferno Cop? Gostou? Odiou? Diz aí o que achou e, claro, qual o próximo anime que deve aparecer por aqui.

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