Yugen All-Ghouls Homeroom – Review

Yugen All-Ghouls Homeroom é um one-shot que foi lançado em 2020. O mangá foi escrito por Yuuto Tsukuda (Ao no Rettou, Shounen Shikku) e desenhado por Shun Saeki (Harem Time, Requirements of a Bride) também conhecidos como a dupla de Shokugeki no Soma e publicado na Weekly Shonen Jump (Hot, F-Ken). Disponível de forma oficial no site do Mangaplus em inglês link.

Sinopse: Yugen é um investigador paranormal e é contratado por uma renomada escola, Falbion Academy for Girls, para resolver um estranho problema de possessão de uma das alunas. Ao chegar lá, ele se alia a uma professora recém chegada na escola, Mishiro Sato, para identificar qual o problema da garota.

Estava sentindo uma certa falta de fazer essas reviews mais despretensiosas, falando de algum one-shot aleatório que saiu na Jump. A última vez que fiz isso faz muito tempo e foi com o saudoso Arcadia of the Moonlight que acabou posteriormente dando origem a uma série, Soukyuu no Ariadne, nas páginas da Shonen Sunday. Então quem sabe o que o futuro pode reservar para nossa dupla de Soma.

Um bom conceito, mas…

Quando peguei para de fato ler esse one-shot eu estava empolgado. Mesmo Soma tendo um final terrível, ainda tinha certa confiança na dupla que cuidou dele. E ainda por cima, iriam se aventurar pelo terror, gênero um tanto quanto renegado na revista em questão.

Yugen é um mangá curioso, ele possui uma leitura fluída e dinâmica, com um conceito interessante e personagens diferentes. Ao mesmo tempo, é um one-shot que já dá sinais péssimos de para onde iria uma eventual serialização do conceito.

A ideia mais interessante de Yugen é justamente trabalhar nesse mundo místico, com um detetive paranormal esquisitão contrastando com uma assistente comum. O grande problema é que o final da história já deixa claro que a ideia por trás da publicação seria investir mais no ambiente de escolinha do que em investigações independentes. Seria menos um Majin Tantei Nougami Neuro e mais um Toilet-Bound Hanako-kun.

Isso não é ruim por si só, mas não deixa de dar um certo sabor de desperdício, principalmente considerando que eles foram longe ao ponto de colocar uma dupla de adultos como protagonistas. É quase como se a história optasse pelo rumo mais clichê e seguro, e sabemos que fim isso causou para Soma.

Antologia de Contos

Exatamente por isso, Yugen funcionaria muito mais como uma antologia de contos do que como um mangá regular da Jump. Toda a empolgação que eu tinha em ver um título de terror na Jump rapidamente degringolou para “ah, isso é só um mangá trevosinho de porrada”. Ao invés da revista se moldar a história, a história se moldou a revista.

Isso é especialmente verdade na resolução, que já deixa bem clara uma certa veia battleshonen que o mangá pode tomar. Poxa, você já está desenvolvendo um one-shot e mesmo assim continua conciliando em busca de uma suposta popularidade ao invés de seguir a linha do terror até o fim. E não é como se isso fosse sem precedentes na própria revista, só pegarmos Promised Neverland como exemplo. Falta pulso firme do roteirista em escrever uma história como quer, e não como vai durar mais tempo. E sabemos que fim isso causou para Soma.

De qualquer forma, a história em si contada no one-shot é legalzinha, uma escola que causa pressão demais nos alunos ao ponto de torná-los suscetíveis a possessão. Só acho um tanto bizarro o mesmo roteiro dar uma passada de pano posterior a instituição, jogando mais nas costas da garota, ou da “sala que ela pertence” que um excesso de cobrança.

Visualmente soberbo

O ponto mais alto de Yugen é facilmente o trabalho de narrativa do Shun Saeki. Tanto a quadrinização quanto as variações de traço estão primorosas, dando energia e personalidade para a dupla de protagonistas. É curioso como grande parte do carisma vem muito mais das caras e bocas do elenco do que o texto dos mesmos, que é bastante básico e clichê.

De qualquer forma, mesmo dentro dessas cinquenta páginas, ele brilha de verdade quando o Yugen e a Mishiro entram em contato com o paranormal. Mesmo que no final acabe degringolando para um lado mais ação que terror, os designs são macabros e instigantes, em especial a forma do monstro que possuiu a adolescente.

Minha única reclamação no quesito visual é que os character designs da dupla parecem não mais que uma versão remixada da Erina e do pai dela. Como se eles só tivessem recebido uma skin diferente e uma tatuagem embaixo dos olhos. Fora isso, o outro problema é ele ainda estar preso em um roteirista limitado.

Um último destaque fica para quando o Shun Saeki faz aqueles super close-ups nos personagens, normalmente nos olhos. Coisa fina demais.

Tem potencial, mas risco alto

Senhor Shonen Jump, como sei que está lendo isso, saiba que aprovo uma série desse mangá. Fica a recomendação para que repense o modelo de escolinha, principalmente por ser muito batido, ainda mais com um professor substituto com pretensões sexuais.

Agora nos resta aguardar para saber se a série que o Yuuto Tsukuda disse estar preparando é de fato Yugen’s All-Ghoul Homeroom ou se esse one-shot era realmente só uma prova de conceito que ele tinha no fundo da cabeça.

E você, leu Yugen? Amo? Odiou? Diz aí o que achou e se quer ou não que o one-shot se torne série, além de é claro pedir qual o próximo mangá a aparecer por aqui…

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