Um pensamento sobre Tenshi no Tamago, água e significância

Um dia eu decidi ver Tenshi no Tamago, nesse dia choveu um dilúvio que inundou toda a terra, eu estava na rua com meu cachorro.

Tenshi no Tamago (ou Angel’s Egg) é um filme OVA, lançado em 1985, produzido pela antiga Tokuma Shoten, e feito pelo estúdio Studio DEEN. Sendo produzido por Toshio Suzuki, com a designer de cores Michiyo Yasuda, membros do que iria ser o Studio Ghibli; um dos fundadores da Gainax, Yoshiyuki Sadamoto, como key-animator; o artista renomado e conhecido por seus trabalhos na franquia Final Fantasy, Yoshitaka Amano, envolvido como diretor de arte e escritor; e o diretor e escritor Mamoru Oshii que estava no início de sua jornada na direção, conhecido por Ghost in the Shell (1995) e Patlabor.

Uma equipe de peso em retrospecto que iria criar um filme único, belo e atmosférico, que seria um fracasso de público e crítica em seu lançamento, fazendo com que Oshii ficasse sem trabalho como diretor por 3 anos.

Estética, Poesia Visual e Tarkovski

Certa vez, depois de inúmeras vezes ver aquele vídeo do Youtube com cenas de Angel’s Egg ao som de “Bom dia, tristeza” de Adoniran Barbosa, decidi finalmente assistir o trabalho original, porque parecia muito bonito e tal. Ao começar a vê-lo, uma coisa me veio a mente e se intensificou quanto mais o tempo passava: “Nossa, isso me lembra muito Tarkovski”.

Andrei Tarkovski (1932-1986) é um dos diretores mais renomados, inovativos e influentes do cinema, suas técnicas são cultuadas até hoje, tendo obras como Stalker (1979) e Nostalgia (1983). As características mais proeminentes em seus filmes são:

  • as belíssimas composições e enquadramentos de cena;
  • a plasticidade e textura da fotografia;
  • a criação de uma atmosfera;
  • um “peso temporal”, takes longos e, por muitas vezes, “estáticos”;
  • o uso metafórico e simbólico para demonstrar as emoções dos personagens.

Todos elementos presentes em Tenshi no Tamago

Cena do filme Stalker (1983), dirigido por Andrei Tarkovski.

A estética é um dos pontos mais importantes do filme, é alma dele. Ela se impõe em uma sobreposição de imagens através da significância e dos sentimentos, em uma atmosfera contemplativa, melancólica e etérea, em uma sensação de vazio e solidão. 

Arte de Yoshitaka Amano.

Trabalho arquitetado pelo trio de diretores de arte, Lee Hyun Se, Shichiro Kobayashi e Yoshitaka Amano, que desenvolveram o visual e ambientação do filme sob a ótica da arte de Amano, trazendo seus traços a vida, transmitindo os elementos e conceitos necessários, esbanjando de cenas com cenários, cores e composições singulares.

O filme é articulado em uma trama extremamente simples e mínima na qual seu principal foco é na elaboração de uma poesia simbólica visual que só a plataforma audiovisual pode proporcionar. A obra foca em transmitir o sentimento, a sensação, a emoção, e não realidade, sendo regado de poesias visuais e simbolismos de tom surrealista, no sentido original da expressão.

Caso fôssemos utilizar a famosa divisão de estilos de trama de Robert McKee, ele encaixaria próximo a uma “Minitrama”, foco no dilema interno dos personagens, mínimo nos acontecimentos, final aberto, e próximo a uma “Antitrama”, pelo seu jeito extravagante, seu mundo absurdo, irreal, que não opera em nosso modo comum, sua realidade confusa. Como McKee diz, “Filmes desse tipo não são metáforas para a vida como é vivida, mas sim para a vida como é pensada. Eles não refletem a realidade, mas o solipsismo do cineasta […]”.

Todos esses elementos são delimitados pelo diretor, são pensados e produzidos com o propósito de passar a mensagem, o conceito e a visão para o projeto. Tudo é feito por um motivo específico, tudo é criado com um intuito.

Trazendo de volta o menino Tarkovski, seus filmes saíram e fizeram seu impacto anos antes de Tenshi no Tamago sair, sendo seu último filme lançado em 1986, o ano de sua morte, um ano após o lançamento do filme de Mamoru Oshii. Se eles tiveram alguma influência para Oshii eu não sei, fica aí a curiosidade.

A esquerda, uma cena de Tenshi no Tamago. A direita, uma cena de Mirror (1975), dirigido por Tarkovsky,

Uma certa vez, Tarkovski disse: “[…] o maior objetivo de qualquer arte é encontrar uma maneira de expressão pessoal. Uma linguagem para expressar o que há dentro de você […]”.

E enquanto eu pesquisava coisas sobre o filme eu ouvi das más línguas, da boca pequena, que na época de produção, Oshii havia perdido a fé no cristianismo.

Signos, significados e significância

Seguindo nessa linha das minhas pesquisas sobre Tenshi no Tamago, notei que logo de cara as primeiras coisas que aparecem sobre são textos e vídeos de pessoas explicando ou não sobre o que é o filme, achei curioso, mas não vi nada para não contaminar minhas opiniões sobre o longa. Agora vejam bem, o objetivo desse texto de forma nenhuma é explicar sobre o que é o filme, ou seu significado, mas tomarei esse tópico para comentar alguns símbolos e signos utilizados nele que acho que caibam ser falados.

Agora o que eu vou falar pode soar meio óbvio ou bobo, mas como eu disse anteriormente tudo em um projeto audiovisual tem um motivo de estar lá e tem um intuito de passar um sentimento ou uma mensagem, pois tudo que é colocado detém um valor de significado na sociedade e vai ser assimilado pelo público a depender do que é posto e como é posto, a depender do contexto da cena, do contexto da sociedade, do tempo que é vivido, a depender da bagagem pessoal de cada um.

No livro “A linguagem do Cinema”, Edgar-Hunt afirma:

“Falando tecnicamente, um filme é, na verdade, uma sequência de imagens individuais […] como um fluxo constante de sensações. Um filme é uma vasta explosão de signos. A tarefa do cineasta é controlar e canalizar esse fluxo de informações a fim de criar a ilusão desejada e moldar a experiência do público. É um jogo de consequências: se mostrar X a eles, eles pensarão ou sentirão Y.”

Normalmente, quando se vai fazer coisas desse tipo, existe um grande trabalho de pensar e estruturar os signos e símbolos que serão utilizados para que a audiência entenda o que está querendo ser passado e tenha a experiência planejada. Obviamente que disso sai um milhão de maneiras de pensar e construir o projeto a depender do que quer fazer, mas apesar de isso parecer fácil, é um trabalho bem delicado, porque talvez o que seja óbvio para você não seja para o outro, ou talvez você seja óbvio demais, ou tosco demais, ou prepotente demais.

Então você me fala, “aí, pra que de novo outra citação, mermão, todo dia isso”. A questão é que Tenshi no Tamago é um filme recheado de signos e coisas que vão ficar completamente a depender do espectador tirar suas próprias conclusões, não é um filme que vai se explicar, que vai te conduzir completamente para uma mensagem específica.

Além do que, caso você não viu o filme e está se perguntando sobre o que é ou o que acontece, basicamente tem uma menina que anda com um ovo grandão e tem um homem carregando uma cruz que quer saber o que tem dentro do ovo. É isto. O arco narrativo é baseado na relação de confiança deles, sendo esse quase o único conflito, e o resto vai do que você vai tirar ao assistir.

É um filme de contemplação e que vai te indagar, mas ao meu ver, não de maneira prepotente, ainda mais por ter essa linha narrativa do homem e da menina bem clara. Mas no começo do tópico eu havia falado que haviam pontos dos quais eu gostaria de levantar, pois eu vejo duas grandes linhas do que se extrair dos símbolos que nos são introduzidos, então vamos a elas.

Visão religiosa

No princípio Deus criou os céus e a terra.
Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
Gênesis 1:1,2

É inegável as inúmeras alusões bíblicas que existem no filme, como, o elemento da água, em sentido positivos e negativos, a vila dos pescadores, a igreja, a citação da passagem do dilúvio de Noé, a barca no final. Somando então o que se passava com Oshii na época, podemos traçar um pensamento: relações de fé, esperança e desilusão.

A menina representa a inocência e a crença, a fé de que seu salvador chegará, que o ovo finalmente chocará, a chuva se cessará com a vinda do pássaro, e finalmente esse mundo desolado terá sua luz. A esperança cega e simples colocada diante de todo o tempo que se passou e de toda decadência da cidade. Os pescadores seguem na mesma linha, buscando cegamente por algo que na verdade não está lá.

Já o homem representa o ceticismo, a perda da fé. Ele carrega sobre si o fardo da cruz, e questiona constantemente a menina, sobre o que há dentro do ovo e sobre outros elementos da história. Após todo esse tempo ele está desacreditado, porém ao ver a menina ele sente um fio de esperança que o conduz até encontrar o fóssil do “anjo”, que para ela é sim uma comprovação, mas para ele mais um prego no caixão, fazendo com que ele quebre o ovo futuramente.

A cobiça do homem

Da mesma forma que se pode ver esse pontos na ótica da crença, se pode ter um paralelo em relação a maneira de alcançar seus desejos. Em um mundo desolado e decrépito, a menina continua tendo os valores da inocência pura, enquanto os demais já foram corrompidos e estão cegos pelo querer. 

Os pescadores pescam e buscam indiscriminadamente pelas sombras dos peixes, destruindo tudo que está no caminho, sem se importar com mais nada, estátuas vazias movidas apenas por um desejo vazio. E o homem desamparado, age de mesma forma, não se importando com as consequências de seus atos para com a menina, quebrando o ovo.

Agora, com esses dois pontos levantados, gostaria de fazer uma digressão no assunto, unindo os dois elementos e dando uma visão particular.

Uma busca por significado

Como dito por autores como Kehl, Chevitarese, Birman e Herzog, na antiguidade tudo na sociedade era regulado e justificado pela religião, pela crença, sejam os menores costumes ou rotinas a até indagações a respeito do funcionamento do mundo e da vida. E com o passar do tempo, a ciência e a razão tomaram o seu lugar, com o “penso, logo sou” de Descartes, o movimento iluminista, o “desencantamento do mundo”.

Entretanto, com o avanço do tempo e da tecnologia, a sociedade acabou por testemunhar conflitos e atrocidades sem precedentes, como as Guerras Mundiais e o holocausto, fatos que trouxeram a tona indagações se o caminho seguido da racionalização e da ciência estariam certos, pois com ele não foi possível impedir tais catástrofes de ocorrer, além de pensadores como Marx, Nietzsche e Freud, que também haviam colocado “em xeque” diversos pontos de como a sociedade estava estruturada, seja nos aspectos morais, éticos, sociais e racionais.

Gerando, então, “a falência das metanarrativas amplas que dão sentido a todas as coisas”, ou seja, agora depende do indivíduo definir a sua própria narrativa, sua razão de existir e fazer o que faz. A pessoa agora não é mais revestida de ordens já definidas, agora ela se vê em mundo de possibilidades e questões acerca de si mesmo e também se vê em um mundo de muitas incertezas, dúvidas e questionamentos, os quais podem instaurar uma angústia no existir, o momento que vivemos atualmente.

Seja qual for a linha que você enxergar em Tenshi no Tamago, um elemento não se pode negar, a presença de uma grande angústia e de grandes incertezas, representada no homem.

O Homem tem sua primeira aparição no filme chegando junto dos tanques de guerra.

Seguindo a vida fazendo coisas repetidamente e continuamente, como podemos ver nos tempos atuais nas instâncias de nossa sociedade capitalista no “viver em função do trabalho” em busca de encontrar uma suposta “felicidade”, o que você pode associar aos pescadores e sua busca em vão; perdendo seu amparo na sua crença, tendo de se utilizar da racionalidade e se iludindo pelo amargor da vida, as coisas parecem não haver mais sentido, um propósito, como o caso do homem. “Afinal de contas, para que eu faço o que faço?”. Se levando a todas a instâncias do existir, como mostrado na constante pergunta que o homem e a menina fazem: “Quem é você?”.

Certa vez, na série documental da NHK dos “10 anos com Hayao”, Miyazaki diz em um dos momentos mais cruciais da produção de Ponyo (2008):

“Filmes mostram quem você é. Não importa quanto você tente esconder isso […] Eu estou desenhando o que é real. Eu devo acreditar quem sou.”

Se for mesmo o caso de Oshii ter perdido a sua fé naquela época, ainda durante a Guerra Fria inclusive, isso querendo ou não causaria uma grande angústia, um pesar, pois o elemento que te mantinha e regia todo a sua existência se foi, e agora o que será dela, “como irei trilhar meus caminhos?”. Angústias e sentimentos que ele, então, transportou para a alma do filme.

Como na fala de Tarkovski, de McKee e de Miyazaki, a arte, os filmes, transmitem o âmago do artista, dizendo simplificadamente. Mas não podemos nos esquecer o resultado que ocasionou esse filme, um fraco de público e de crítica que fez com que Oshii ficasse 3 anos sem trabalho como diretor, o que fez ele passar por um grande aperto financeiro até surgir a proposta de fazer Patlabor, como ele conta em um painel de 2014 no TIFF.

O valor da arte

Mamoru Ishii durante o painel da TIFF 2014.

Durante esse painel mencionado anteriormente, Mamoru Oshii apresenta até um certo incômodo quando alguém da plateia cita Tenshi no Tamago, é possível sentir sentimentos conflitantes, ele diz que era um filme que ele gostaria muito que desse certo, mas acabou acarretando no oposto.

O aspecto artístico de se expressar, de fazer para si, é algo amplamente difundido nos tempos atuais diante da quantidade absurda de trabalhos genéricos ou vazios que existe por aí. E é algo que muitos consideram como o único correto e que tem algum valor, os definindo com “a arte”, mas até que ponto que pensamentos assim vão? A valorização absoluta da arte é algo tem aí a muito tempo, colocando o artista em um grande pedestal. Apesar de a valorização da arte ser um assunto extenso e complexo e muito mais antigo, talvez podemos encontrar os primórdios desse sentimento atual, no começo da Revolução Industrial.

Uma grande parcela do que consideramos arte atualmente, pinturas e esculturas, por exemplo, estava só sobre o alcance da alta elite, e com a Revolução Industrial e a impressão, a maioria dessas obras começaram a se difundir mais e mais pela sociedade, democratizando a arte, até chegar nos tempos atuais. Apesar desse fator positivo, nesse mesmo período, a grande maioria dos artesãos tiveram que largar seu modo de produção e começar a trabalhar em conjuntos das fábricas, por não conseguir competir. Nessa situação, foi feito uma alteração dos valores, fazendo com que os artesãos, os que colocavam a mão na massa e detinham a habilidade para fazer os produtos se tornassem mais um funcionário que fazia uma produção em massa, perdendo a relevância e o “prestígio”, deixando isso para o “artista”, o que havia planejado, havia tido a ideia. Tendo até, posteriormente no século XIX, o movimento do Arts and Crafts que tentava ir contra essa situação.

Posteriormente, temos a vinda das inúmeras vanguardas artísticas, que também tinham seu artes de elitismo, e que detinham diversos intuitos para com o mundo, sendo um dos mais recorrentes entre elas romper ou sair do imperativo das obras super realista da época, às vezes se utilizando do choque ou da subversão. Tomarei aqui como exemplo o Suprematismo Russo, que a obra manifesto é um quadrado preto num fundo branco, que de fato expressa realmente o que eles tinham em mente, mas no final das contas é um quadrado preto num fundo branco. Com esse nível de abstração rolando, membros da corrente artística se desvincularam com o intuito de por um sentido, um objetivo, mais concreto aos seus trabalhos, criando o Construtivismo Russo. Fato que acontece também nos Dadaísta que começaram a ir num caminho cada vez mais louco, se me permite dizer, tanto que André Breton saísse do movimento e criasse uma vertente dele, o Surrealismo.

A esquerda, a obra manifesto do Suprematismo, feita por Kasimir Malevich (1918). A direita, um poster do Construtivismo Russo.

Passando esses comentários agora para Tenshi no Tamago, nos trabalhos seguintes de Mamoru Oshii, ele acabou conseguindo conciliar as questões, continuando a colocar suas temáticas de identidade e a relação do indivíduo com o meio e obter tanto o sucesso de público e de crítica.

Obviamente que eu concordo com fazer “algo que é real pra si próprio” como dizia Miyazaki, e admiro o trabalho mais poético, por assim dizer. E também não quero que as coisas sejam formulaicas ou pensem em atender parâmetros místicos mercadológicos. Mas ficam esses comentários aí, tantos do lado positivo pelo negativo, você escolhe qual seguir.

Considerações finais

Agora, você que chegou aqui deve estar pensando “o maluco falou, falou e não disse nada, parabéns, mandou qualquer citação que ele tinha na cabeça e é isso”. Bom, de fato eu passei a maior parte do tempo falando coisas que não são de Tenshi no Tamago, mas tal qual o filme, são pensamentos, um fluxo de consciência, você decide o que tirar dessa bagunça toda. Mas se isso tudo é pra ter alguma coerência, vamos lá.

Algumas horas depois de terminar de ver o filme, fui em disparada para sair com o cachorro (era janeiro ainda) porque parecia que ia chover. Dito e feito, no meio do caminho começou a chover, me abriguei na frente de um prédio e quanto mais o tempo passava mais a chuva aumentava, até a situação ficar tensa. Não sei se vocês já passaram por uma situação de ficar preso na rua no meio de uma tempestade, mas nessas situações a gente sente o fator de contemplação, te faz pensar e refletir na vida, ainda mais quando ela está caindo na sua cara.

A água é um elemento muito presente na literatura em geral, tendo esse elemento contemplativo, de coisas positivas e negativas, tipo na Bíblia, que o pessoal vivia no deserto, então a água é muito bem vinda, mas tem o lance do dilúvio. Durante a história da humanidade a água teve muitos sentidos e significados, em Tenshi no Tamago ocorre o mesmo, tem até todo aquele momento focado só na água com a menina.

Até que em um momento, o porteiro do prédio ficou com dó do meu cachorro ali naquela situação e me deu dois sacos de lixo para eu proteger ele da chuva. Então o coloquei nos sacos, deixando só a cabeça de fora, e o segurei entre meus braços enquanto eu descia a rua no meio a chuva com tudo inundado, tal qual a menina de Tenshi no Tamago carregava e protegia o ovo.

No final das contas, eu não senti e nem tirei nada do filme, mas não importa sobre o que você acha do filme, se é bom ou se é ruim, se é lindo ou se é chato, pois uma coisa é inegável, ele passa o sentimento que ele deseja, que ao terminar de vê-lo você vai estar se perguntando o que acabou de ver, você vai estar procurando por um significado.

Ah, e a trilha sonora é show hein.

 

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