Quando falamos de animes que adaptam alguma obra, um dos pontos que sempre aparecem é a fidelidade. E sempre de um modo muito simples: se for fiel, é bom, mas se cortar coisas, é ruim. Realmente fidelidade é igual a qualidade?
O “SELO DE QUALIDADE”
Um pensamento que não existe só no meio do anime é o de que se uma obra está sendo adaptada para outra mídia “maior”, ela é realmente boa. Quando vemos que um livro vai ganhar um filme, pensamos “Nossa, esse livro deve ser muito bom, está até ganhando um filme”, e esse tipo de pensamento também acontece com mangás, light novels e visual novels que viram anime.
Com esse pensamento, vem outro: o de que se essa obra já é tão boa no material original, ela tem que ser fiel, sem tirar nem por nada, só seguir a história original, mas com pessoas atuando, no caso dos filmes, ou animada, no caso dos animes. Mas será que isso realmente é verdade?
ADAPTAÇÃO
Mídias são diferentes, algo que é visto como normal em um mangá, como a quebra de quadros, não funciona em um anime ou uma cena em um livro que se passa toda dentro da mente de um personagem não funciona em um filme, e é por isso que temos que adaptar as obras.
A palavra adaptação tem o seguinte significado:
ação ou efeito de adaptar(-se).
ajuste de uma coisa a outra.
Adaptar é ajustar algo para funcionar em outro meio, no caso da adaptação para mídias diferentes, é pegar a ideia por trás de uma cena e transformar ela para outra mídia sem perder a ideia original.
Então, nem sempre uma obra vai ficar fiel quando for passada para outra mídia, algumas partes tem que ser cortadas para que ela funcione, mas a ideia central da cena tem que permanecer, afinal isso é uma boa adaptação.
OS EXEMPLOS
Um dos casos recentes que eu vi as pessoas falando de má adaptação para o anime foi em Kaguya-Sama: Love is War. Estavam reclamando que o anime estava cortando capítulos do mangá e que isso era errado. Eu vi o anime e depois fui ler o mangá e eu entendo a adaptação que eles fizeram, pulando alguns capítulos eles tornaram a historia mais rápida e trazem mais peso quando o anime passa alguns momentos trabalhando algumas cenas e personagens.
Isso significa que o anime é melhor que o mangá? Não, são obras diferentes que foram criadas com propósitos diferentes e que cumprem o propósito, mas tem o mesmo fio condutor.
Um exemplo negativo que eu posso dar é o final de Clannad: After Story.
No final do anime, temos uma mecânica da visual novel aparecendo para resolver O ponto de virada da temporada e isso não funciona nem um pouco. Como eu falei no podcast Quadro X Quadro sobre Clannad, a ideia deve funcionar muito bem no jogo, onde você está controlando aquele personagem e fazendo as ações dele o tempo todo, mas no anime onde você só está vendo a historia acontecendo sem a sua ação direta isso acaba não funcionando.
SEJA FIEL A IDEIA
Respondendo a pergunta inicial, Fidelidade é tudo?Não. O importante em uma adaptação não é ser fiel a tudo que acontece na obra original, o que é necessário é se manter fiel a ideia original da obra, mas mesmo assim saber o que pode ser cortado e até mesmo acrescentado para melhorar a experiência de quem vai assistir a obra pela primeira vez em uma mídia diferente
O shonen trash do grupo, ama um trocação de socos sincera entre dois rivais, seja no anime ou no tokusatsu, o maior emocionado do site e defensor dos episódios 25 e 26 de Evangelion.
Um pensamento em “Fidelidade é tudo ?”
nada muito diferente do que eu atualmente já penso a respeito de adaptações, ótimo texto pra quem ainda tem a ideia fechada de que deve se haver fidelidade em tudo.