Torre de Sal de Veraneio 1: a Cavaleira, a Fantasma, a Princesa e a Ladra

Ano novo, pessoas felizes, renovação de promessas, e uma nova temporada abarrotada de animes ruins (com alguns eventuais bons no meio). E como burrice pouca é bobagem, decidi que seria uma boa comentar todas as estreias a medida que elas fossem saindo, porque se eu vou sofrer, não farei isso sozinho. ENTÃO VAMOS LÁ PRA PARTE UM DA MINHA AUTO-FLAGELAÇÃO SAZONAL.

Saint Seiya: Saintia Shô

Começando por uma estréia de semanas atrás, Saintia Shô é um spin-off da franquia Cavaleiro do Zodiaco, baseada no mangá de mesmo nome, de autoria de Chimaki Kuori, e publicado na Champion RED, uma revista shounen.

O problema de Saintia Shô, são vários na verdade. Começa pelo TERRÍVEL trabalho visual da série pelo estúdio Gonzo, com animação de péssima qualidade e character designs muito feios, principalmente se comparado com sua contra parte em quadrinhos. Comparação essa impossível de não ser feita, quando a própria série usa ilustrações da Chimaki como transições dos blocos.

Pra além disso, temos o plot repetido: Dupla de personagens muito amigos, um vira a reencarnação do deus malvado, agora ambos tem que se socar. Desde a saga de Hades esse parece ser o único plot passível de utilização em qualquer arco de Cavaleiros.

E pra fechar, como não é feito pela Toei, nem a trilha brega característica faz presença aqui, dando lugar pra um genérico, que combinado com o visual horrível e o roteiro qualquer nota me fazem me questionar o porquê alguém assistiria isso.

Boogiepop wa Warawanai

Boogiepop wa Warawanai é a segunda adaptação da novel Boogiepop Series, de Kouhei Kadono, ainda em publicação.

Ambas as adaptações foram feitas pelo estúdio MadHouse, a primeira como uma espécie de sequência para a novel, enquanto essa tem como objetivo a adaptação da mesma. Boogiepop me deu um sentimento misto nesses dois primeiros episódios. Ao mesmo tempo em que eu gostei bastante do clima da narrativa e da trilha da mesma, eu tenho uma série de problemas com a estética e com o character design.

Mas a começar pelos pontos positivos, gosto que a série não tem medo de ser anacrônica e enigmática, com saltos de tempo e períodos longos em um mesmo take que geram desconforto e estranheza por parte do espectador. Mesmo assim acho curioso que acompanhado a isso temos um character design absolutamente sem graça e lugar comum, principalmente em contraste com a adaptação antiga e mesmo com a novel, que apresentavam um estilo muito mais próprio.

O mesmo vale para a estética num geral, com exceção de alguns breves momentos, a série permanece com o visual padrão anime, o que é bizarro ao pensar que a dupla diretor e diretor de arte (Shingo Natsume e Seiko Yoshioka) vieram de Acca e One Punch Man pra cá. Sinto que falta uma ousadia maior por parte deles para que Boogiepop brilhe com toda a pompa que o roteiro parece merecer.

The Price of Smile

Cá estamos, mais uma temporada, mais um anime mecha de fantasia. The Price of Smile é um anime original da Tatsunoku Productions, com mechas, reinos, guerras, e simulações de Tóquio?

Digo, eu esperava um novo Knight’s & Magic, aquele roteiro que nem tenta fazer alguma coisa, só coloca os clichês todos em sequência pra conseguir abocanhar uma grana. Mas Smile tenta, e talvez tente até demais.

O maior problema de Smile, é que ele precisa te provar que não é só mais um, pra isso, ele insere 814 coisas diferentes num mesmo episódio, sem dar qualquer tempo de respiro. E metade das coisas você provavelmente já viu em outro lugar.

Digo, essa parece ser uma história sobre uma guerra em busca de um recurso raro e valioso, que já causou a morte dos pais da protagonista, ao mesmo tempo em que a monarquia tá em decadência e é mais uma figura que um poder de fato, ao mesmo tempo em que esse universo futurístico é composto por humanos que vieram da terra, ao mesmo tempo em que a protagonista é muito fofa e bondosa, mas também é uma estrategista por jogar xadrez, e assim vai.

Todas essas coisas, que poderiam funcionar mesmo estando na mesma série, acontecem tão esmagadas umas pelas outras, com direito a powerpoint de exposição entre dois membros da alta patente do exército só pra inteirar o expectador, que fica difícil se importar com qualquer uma delas. Mas as porradinha dos robôs tão bem feitas.

The Rising of the Shield Hero

Pra fechar essa parte 1, nada melhor que um dos mais esperados da temporada, Shield Hero. The Rising of the Shield Hero é uma adaptação da novel homônima, escrita por o o Yusagi Aneko, feita por Kinema Citrus, com direção de Takao Abo.

O meu maior problema com a maior parte dos isekais modernos, é o mesmo problema que eu tenho com Shield Hero. Ele me parece uma grande punheta da comunidade otaku para ela mesma. Digo, “todo” protagonista de isekai tem que ser o otaku rejeitado com tendências de isolamento, que ao entrar no mundo mágico se torna um herói/deus/senhor fodão. É sempre a mesma premissa, repetida a exaustão com variações mínimas para não configurar como plágio. É mercadologicamente muito inteligente, faz com que o público alvo tenha uma identificação imediata, sem qualquer desafio ou ideia realmente nova.

Mas fora isso temos um episódio bem “vamos fazer a exposição do mundo aqui”, com um twist que você vê chegando a quilômetros de distância e ainda assim é mal executado, e um protagonista que é mais reflexo de seu público que um personagem por si só.

Devo seguir assistindo por ser “o que o pessoal vai falar sobre”, mas se a qualidade desse começo é o sinal da qualidade da história, OLHA, vai ser uma longa jornada.


Deixe uma resposta