The World Ends With You é excelente mesmo 10 anos depois

Quando joguei The World Ends With You pela primeira vez eu tinha 14 anos. Estava com expectativas gigantescas sobre o jogo, pois a premissa e a jogabilidade me pareciam excelentes.

As minhas expectativas foram mais que atendidas e eu me apaixonei por completo pelo jogo.

A trilha sonora era uma das melhores que ouvi na vida. Me pegava constantemente parado no jogo apenas ouvindo a trilha sonora. A jogabilidade era única, esquisita mas bastante criativa. O jogo te permitia moldar a dificuldade, mas sempre te incentiva a tentar jogar em dificuldades elevadas.

Você pode trocar os modos de dificuldade com dois cliques no menu, e cada dificuldade a itens diferente para serem dropados. Alguns inimigos valem mais a pena matar no normal, outros no hard, por exemplo. Além do modo de dificuldade, o drop rate dos inimigos aumenta quando você diminui o nível do seu personagem, então você é incentivado a sempre jogar low level.

No DS o jogo utilizava as duas telas do DS, a tela de baixo você controlava Neku, o protagonista. Na tela de cima você controlava o personagem que Neku tinha como parceiro. Sim, você jogava com dois personagens ao mesmo tempo, e não apenas isso, os comandos de Neku eram completamente diferentes dos comandos de seus parceiros. A principio a jogabilidade era uma bagunça e complicado, mas em pouco tempo dava para se acostumar. Era algo original, estranho e bem autentico.

Mas o que realmente me cativou em The World Ends With You, foi a historia que ele contava.

Mas qual do que esse jogo se trata?

O jogo se passa em Shibuya, e é protagonizado por Neku Sakuraba, uma pessoa que a primeira vista é horrível. Neku é o típico personagem anti social que diz odiar outras pessoas. Para Neku, se relacionar com pessoas é um desperdício. Ele acredita que nunca será entendido, assim como nunca entenderá outras pessoa. Eu não me identificava exatamente com o Neku, mas em alguma instância concordava com o ponto de vista dele.

Neku se vê preso numa espécie de jogo  sobrenatural que está ocorrendo em Shibuya, onde ele é obrigado a realizar diversas tarefas diárias para não ter sua existência apagada. Para sobreviver, ele precisa se juntar com outra pessoa e realizar essas tarefas, em que sua maioria envolve contato social com outras pessoas de Shibuya.

Durante o percurso do jogo, Neku aprende que para crescer pessoalmente, ele precisa ter empatia e se envolver com outras pessoas. O jogo não tem uma historia super original, mas ela foi contada de uma forma que mexeu comigo. Eu dissequei o jogo, terminei diversas vezes e fiz absolutamente tudo que poderia ser feito no jogo em 2008…E nunca mais toquei no jogo.

Em outubro de 2018 o jogo foi relançado para Nintendo Switch, com gráficos em HD e um capitulo extra.  Então decidi comprar o jogo e tira-lo e reviver minhas memorias.

O jogo no Switch é praticamente a mesma coisa que a versão de mobile, a qual foi adaptada para ser jogada com apenas uma tela. Há opção de se jogar com os joycons do Switch ou com a touchscreen no modo portátil, e acredite em mim, você vai querer jogar no modo portátil. O A adaptação que fizeram para se jogar com Joycons é funcional, mas não é uma maneira boa de se jogar por ser muito imprecisa (mas insisti em jogar assim porque é um jogo muito bonito pra se jogar numa televisão).

Jogando novamente, eu percebo mais ainda que a historia não é a coisa mais original do mundo, e tem momentos um tanto forçados e mal escritos, mas no geral ainda é uma historia coesa e bem contada.

Mas um aspecto que não tinha dado tanta atenção há dez anos, é como Shibuya é um lugar vivo neste jogo.

O jogo coloca várias pequenas coisas para aumentar a imersão em Shibuya. Você pode ler a mente de várias pessoas que andam pela cidade, aprendendo um pouquinho mais sobre o mundo. Cada loja tem um lojista único que tem alguma frase diferente pra você. Quanto mais você compra numa loja, mais amigável serão os lojistas. Seus equipamentos ganham bônus se forem de uma marca que está na moda. Cada detalhe parece pequeno, contudo, quando somados enriquecem o jogo.

The World Ends With You fala muito sobre cultura pop e como jovens a usam para criarem suas identidades. Há constantes diálogos sobre como cada personagem lida com outras pessoas e consigo mesmo. Muitos diálogos não são sutis, mas conseguem passar bem sua mensagem. Mensagem essa que é concluída de forma bem redondinha e fechada. Na realidade, o jogo é tão bem fechado que não acho que ele precise de nenhuma sequência direta. O que esse jogo poderia aproveitar era o mundo rico com outro núcleo de personagens.

Dito isso, o capítulo extra de Final Remix é uma sequel bait safada.

O que mais me motivou a comprar The World Ends With You Final Remix foi o capitulo extra do jogo…Que é uma sequel bait safada. O capitulo insere novas ideias e personagens novos, mas gera mais perguntas do que respostas. Para evidenciar mais que esse capitulo é um teaser para uma sequência, ele termina em cliffhanger e com a frase “A NEW GAME BEGINS”. Pois é.

No fim das contas The World Ends With You tem problemas e com certeza não é mais meu jogo favorito. Eu cresci e o jogo não fala comigo da mesma maneira, mas ainda tenho um enorme carinho por ele.

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