Encontrando o amor em Tsubasa Cat

Inicialmente, Monogatari não foi planejado para ser uma série tão grande. Evidencia disto, é o fato de que Nisemonogatari não havia sido cogitado para publicação pelo Nisio Isin quando ele havia terminado Bakemonogatari, porque era algo muito pessoal e muito auto-indulgente, mesmo sendo um epílogo para a série. Então, em Bakemonogatari haviam lacunas apenas para duas histórias: Kizumonogatari e Nekomonogatari Kuro. Este conjunto de livros veio a se tornar a primeira temporada de novels de Monogatari. E era para ser a única, mas Nisio se apaixonou pelo anime de Bakemonogatari em 2009 e decidiu continuar escrevendo sobre aqueles personagens. Algo que ele não parou de fazer até hoje.

Em essência, Tsubasa Cat é o clímax e a real conclusão da série como ela foi concebida inicialmente. Não à toa, há semelhanças entre o final de Tsubasa Cat e o final de Ougi Dark na Final Season. Bakemonogatari inaugurou o selo de livros Kodansha Box, que possui como tema a mente adolescente. E neste conto faz-se valer o tema com a resolução do conflito do Araragi, após uma leve retomada de tudo que foi trabalhado nos anteriores.

Todos os personagens tem um papel nesta história, alguns menor do que outros, mas todos tem sua importância. Dito isto, acho relevante dizer aqui que o começo do conto conclui o que eu havia falado no texto anterior. Agora livre de sua “maldição”, Nadeko Sengoku finalmente encontra sua voz como personagem. Ela interage com Koyomi de forma mais ativa e reativa e chega até mesmo a praticar o Manzai já característico dos diálogos de Monogatari. É claro, não é uma mudança completa e ainda há muito que a garota pode melhorar. Algo que é notado pelo Araragi devido as deixas que Nadeko não aproveita para extender a piada ou criar algo em cima do que foi dito por ele. E também é reforçado pela dificuldade que ela tem de se aproximar de qualquer pessoa que não a faça se sentir fora da zona de conforto. Exemplificado pelo momento em que Hanekawa aparece e ela vai embora correndo. E até mesmo pelo apelido que Oshino dá para ela: senhorita tímida. O que é perfeitamente o que ela era no conto passado e desta vez, Koyomi sente que esta descrição não condiz completamente com a Nadeko.

De qualquer forma, quando Tsubasa Hanekawa encontra Koyomi conversando com Nadeko nos portões da escola, talvez esta tenha sido a última gota d’água que fez o copo transbordar. Ela o alerta sobre os rumores que tem circulado sobre ele levar a Senjougahara para o mau caminho, aconselhando-o a fazer o que pode para apoiar Hitagi. Tsubasa tenta ser boa demais para o seu próprio bem. Cada vez que ela dá um conselho ao Koyomi sobre o seu namoro, ela se machuca ainda mais. De vez em quando ela até tem deixado escapar algumas expressões mais ácidas ou fortes contra Koyomi como forma de lidar com a frustração. Só que não é nem de longe o suficiente para mudar ou aliviar a situação. Ela está apaixonada e não tem nada que pode mudar isto. O garoto que ela gosta está namorando e ela tem que aceitar que o tempo passou e a oportunidade foi perdida.

Honestamente, não me surpreende que os poucos meses de amor de Tsubasa tenham culminado em tanto ou mais stress do que anos sob uma tutelagem famíliar distorcida. Quando se para pra pensar bem na situação, fica claro que Koyomi Araragi foi a primeira pessoa com quem Tsubasa criou uma conexão profunda. Ele foi a primeira pessoa que ela amou em sua vida.

Ela viveu anos em uma casa onde não se sentia confortável. Seu lar passou por diversas transformações, mas uma verdade constante se manteve: Ela não era bem-vinda ali. Carregou consigo desde a mais tenra infância o sentimento de culpa. Sentia que parte do motivo pelo qual seus “pais” teriam se afastado um do outro era por não saber lidar com ela. Cresceu em uma relação familiar fria e com limites intransponíveis. Não havia o que fazer, não havia como fugir, tudo que Tsubasa podia fazer era aceitar e continuar sobrevivendo. E assim, ela se conformou e cresceu com isto em mente. Moldou uma imagem de si que era uma verdadeira fortaleza, mas que guardava essas rachaduras. Motivo pelo qual ela era incapaz de deixar Araragi quebrar sua realidade fazendo-a reconhecer a real natureza do problema quando a distância emocional se tornou abuso físico.

Fora de casa, no âmbito escolar, Hanekawa é um ser a parte de todo o resto. Ela pode se dar bem com alguns, até ter amigos, mas mesmo os mais inteligentes, como Senjougahara, reconhecem que Hanekawa está em um outro nível como ser humano. Quando Tsubasa erra uma questão de prova, não foi ela quem errou, era a questão que estava errada. Este é o conhecimento comum sobre ela. Então por mais que sua imagem fosse positiva, dignificada e própria para o ambiente escolar, havia uma clara distância entre ela e todos os estudantes que somente ela se recusa a enxergar.

E então chegamos em Koyomi Araragi. Uma figura que já era fascinante para Tsubasa devido ao quão único ele era.

Se havia algum desejo dentro de Hanekawa que poderíamos descrever como ausente da imagem dela de garota certinha, era o de encontrar o incomum. Isto fica perfeitamente claro em Kizumonogatari, onde ela se esforça muito para ser amiga de Araragi. A motivação vai muito além do papel e postura de presidente de classe. Tsubasa queria se aproximar de Araragi desde o começo pois se interessava pela sua posição como um pária social. Também havia uma distância entre Araragi e os outros estudantes, e era uma marginalidade que era claramente uma escolha dele. Acredito que Hanekawa conseguiu se identificar com a posição dele. Acredito que pela primeira vez, ela viu alguém que fez com que ela pudesse se sentir pelo menos um pouco mais adequada e não simplesmente escondeu isto.

Por causa desses sentimentos, havia um certo ímpeto e desespero em Tsubasa para fazer esta amizade dar certo. Algo que Koyomi confunde com senso de justiça e bondade. Que, embora sejam características inegáveis da personagem, não foram os únicos motivos pelo qual ela o perseguiu para descobrir o que estava acontecendo após ser “rejeitada” e arriscar sua vida por ele. Afinal, durante todo o Kizumonogatari, existe uma tensão sexual muito clara entre Hanekawa e Araragi. A distinção entre os dois é o que vêm depois, já que Tsubasa se apaixonou por Koyomi durante este período, enquanto Araragi se tornou incapaz de desenvolver este tipo de amor por ela.

Após o recesso de primavera, Tsubasa sente que é a hora perfeita para os dois se aproximarem já que as coisas se acalmaram.  Ela faz tudo ao seu alcance para que possa passar mais tempo com Koyomi. Chegando ao ponto de forçar a posição de vice-presidente de classe para ele mesmo a contra-gosto da turma. Só que Araragi, por sua vez, estava carregando um trauma emocional muito pesado e acabou por se fechar mais em si mesmo. Ele acabou se distanciando de Tsubasa por isto e também pela admiração que o cegava para a realidade de que ela não faria as coisas que faz por ele por qualquer um, mas sim que o fazia simplesmente por que era ele.

Logo veio a Golden Week e Tsubasa se abre ainda mais com Koyomi. Desta vez, não é o tipo de contato que ela gostaria de ter tido com ele, já que machuca sua imagem. Só que ela acaba revelando sua situação familiar para ele e os eventos de Nekomonogatari ocorrem. Hanekawa é salva por Araragi e Oshino com a ajuda de Shinobu. Somente depois disto ela passa a apreciar a situação, pois ela sente gratidão pelo que Koyomi fez.  Araragi não pensa grande coisa do seu papel neste caso e Hanekawa não se lembra de muito, mas ela entende o que ele fez ainda assim. Tsubasa sabe como ele se sacrifica pelos outros e ela sabe que ele se esforçou por ela, o que só faz com que seus sentimentos fiquem mais fortes…

Só que alguém que não estava envolvida até então e nem parecia importante conquista o amor do Araragi para si. Para piorar, Koyomi passa por problemas constantes com aberrações e a encontrar cada vez mais garotas. A distância cresce ainda mais e a conexão que era tão importante para Hanekawa fica estagnada nesse limbo de amizade. Ela se perde de novo nas expectativas impossíveis de seus laços, tais quais as que sente em relação ao seu lar. Só que desta vez, é um desejo e decepção causados pela única relação verdadeira que teve em toda sua vida.

E esta é a real fraqueza de Tsubasa Hanekawa, sua incapacidade de ser honesta consigo mesma por causa da sua própria pressão para sustentar a imagem que construiu sua vida inteira em frente ao conflito entre a realidade e suas expectativas. Ela tenta racionalizar tudo para impedir que as fundações de sua vida e seus princípios desabe, gerando uma situação tão taxativa que o stress resultante que leva à criação de Black Hanekawa.

No fim das contas, não importa o quão incrível Tsubasa é, ela ainda é um ser humano. Ela precisa de alguém do seu lado. Demorou bastante tempo para que Araragi enxergasse isto, porque no fundo ele não a enxergava como uma pessoa por causa dos eventos do recesso de primavera.

Para Koyomi Araragi, mais do que tudo, Tsubasa Hanekawa era a imagem da perfeição. Não só pelas suas maneiras, pela sua inteligência ou pela sua beleza. Estas coisas certamente fazem parte da imagem de Hanekawa, mas o ponto central é outro. Tsubasa é a perfeita representação do ideal que ele tem como princípio. Os dois lutam pelos mesmos valores morais e agem por essa conduta ao ponto do auto-sacrifício. Mas existe uma diferença fundamental entre os dois. Koyomi se sacrifica por causa de seu próprio egoísmo, por que seu instinto é atender a sua própria necessidade de encontrar algum propósito e ele só enxerga sua redenção através da morte, conforme vimos em Kizumonogatari. Já Hanekawa é capaz de se sacrificar pura e simplesmente por altruísmo, porque é o certo.

A disposição de Tsubasa é ao mesmo tempo inspiradora para Araragi e assustadora. Em especial por que ela chegou a dar sua vida por ele. Num momento que ele não somente precisava, mas no qual não havia motivo nenhum para ela o fazê-lo. Só que isto não foi tudo, ela não salvou a vida dele apenas literalmente, ela o salvou figurativamente também. Não fosse a presença de Hanekawa após a morte de Guillotine Cutter, Araragi provavelmente teria cometido suicídio e não teria confrontado Kissshot. Depois disso tudo, era impossível que Araragi naquele momento não colocasse Hanekawa em um pedestal. E isto também foi motivado para que houvesse um distanciamento entre os dois.

O conflito de Araragi em Bakemonogatari é compreender o amor. Parte disto são os triângulos amorosos que se formam durante a narrativa: Koyomi, Senjougahara e Kanbaru; Koyomi, Senjougahara e Tsubasa. Parte disto é a densidade do protagonista de compreender a afeição que as outras personagens sente por ele. Outra parte muito importante disto é o relacionamento que ele desenvolve com Senjougahara. Porém, acima de tudo, é Koyomi aprendendo a chegar a um meio-termo com seu passado para encontrar dentro de si a capacidade de se amar.

E veja só, não é exatamente isto que Shinobu representa? Tal qual qualquer uma das outras aberrações na série, Shinobu simboliza algo para Araragi. Uma aberração não é necessariamente um monstro, não é um ser dotado de moral. Uma aberração é simplesmente o lado reverso de um humano, é o que esconde o outro lado da moeda. E desde o começo, quando ainda era Kissshot, Shinobu foi metaforicamente um reflexo para Araragi e seu desenvolvimento como pessoa.

Recapitulando:

Araragi deu sua vida para salvar uma vampira em estado de fraqueza, pois achou que poderia encontrar algum valor em sua vida sacrificando-a por algo belo.

Kissshot encontrou bondade pela primeira vez em centenas de anos a vagar pelo mundo e achou que sua morte poderia ter propósito se pudesse libertar Araragi de uma existência vampírica.

Os dois são pessoas que não enxergavam valor na sua própria existência, mas que enxergaram valor um no outro. Quando Koyomi descobre as intenções de Kissshot, ele rejeita este tipo de auto-sacrifício e busca uma alternativa mais aceitável. O acordo, não é nem o mais feliz e nem o mais triste, mas ainda é uma prospectiva miserável. Ele quer que ela viva e ele irá viver com ela.

“Se você quiser morrer amanhã, eu estarei pronto para minha vida acabar amanhã – se você se importa em viver pelo dia de hoje, então eu também me importarei.”

Shinobu é um espelho de Koyomi. Ela simboliza sua busca por propósito, a toxicidade de seu ideal e as raízes mais profundas do ódio que tem por si. Somente quando Koyomi encontrar dentro de si empatia por Shinobu e o desejo de que ela viva uma vida feliz, que ele irá aceitar o mesmo para si também.

No começo de Bakemonogatari, o peso da culpa ainda é grande sobre os ombros de Araragi. Por isto, ele age de forma indiferente com Shinobu, tentando se manter distante. Senjougahara sutilmente aponta para o fato de que esta indiferença na verdade é uma demonstração do contrário. E ao longo de todos os contos, quanto mais Araragi se afasta de sua apatia, quanto mais ele constrói suas relações sociais e sua vida, mais ele demonstra preocupação e apego por Shinobu. Não só isto, mas vale lembrar que ele só é capaz de sobreviver às tribulações físicas causadas pelas aberrações por causa do sustento de Shinobu.

Só que se importar não é tudo. Não é uma relação fácil de manter, pois Shinobu representa também os maiores erros que Araragi cometeu. Ela representa todo o recesso de primavera, sua fraqueza como ser humano e suas predisposições. Ela é um lembrete de que por culpa dele, um ser humano morreu. Por isto, ainda há uma relutância de Araragi de aceitar Shinobu, de aceitar a si mesmo e seus próprios erros. Oshino a adotou temporariamente por este motivo, mas ele sabia que Araragi precisaria superar seus problemas por si só e por isto já estava se preparando para ir embora. Deixando a situação com Shinobu e Hanekawa como um exame final para ver se ele alcançou a maturidade depois de tudo que passou.

E é importante lembrar de tudo que Araragi passou, como ele chegou até aqui depois de tudo que ocorreu em Kizumonogatari. Não à toa, todos os personagens aparecem neste arco, não à toa, Senjougahara tem um papel tão fundamental.

Indiscutivelmente o melhor momento de Bakemonogatari, quiçá da série inteira, o capítulo Tsubasa Cat 003 é o ponto onde os temas trabalhados até aqui convergem. Mais tarde este é utilizado novamente como um paralelo no grande clímax do arco. É o encontro onde Senjougahara decide levar Koyomi para conhecer um lugar muito especial.

Existe algo importante para ser ressaltado aqui, que vai além do quão divertido é a viagem de carro. Um dos detalhes que mais gosto de ver trabalhado neste momento é a angústia de Araragi frente à fragilidade de seu relacionamento. Ele é extremamente auto-consciente do espaço que Senjougahara colocou entre eles e de sua baixa resiliência. Por isto, durante a leitura, mesmo já sabendo da conclusão, fiquei ansioso com o decorrer do diálogo no carro. Araragi gostaria de ver o lado mais doce de Hitagi, a afeição que ele sente por ela é verdadeira, mas ele precisa muito sentir uma conexão mais forte com ela para escapar da platonice. Algo que se torna difícil quando ela só demonstra expressividade quando está abusando verbalmente dele.

O que ele não nota no entanto, é que no real espírito de uma Tsundere, Senjougahara já estava demonstrando sua afeição da forma mais sincera, honesta e direta possível e não brincando com ele.

“Você é bondoso, você é bonitinho e você sempre estará lá para me resgatar quando eu estiver encrencada.”

Estas são as três razões pelo qual Hitagi ama Koyomi. Ela é capaz de expressar elas em qualquer contexto, com o mesmo significado e na frente de qualquer um. Mais tarde, Koyomi descobre sob o céu estrelado que ela estava falando sério no carro, mesmo na frente do pai dela. Hitagi sempre procura a forma mais direta de se expressar. Ela sempre é honesta consigo mesma e com os outros e mesmo que ela brinque um pouco com as expectativas, no fundo, ela se sente muito insegura por temer não conseguir passar a mensagem que precisa.

O que Koyomi não nota, é aparente para o papai Senjougahara. Segundo ele, a natureza de Senjougahara é amar, é o que ela precisa e o que ela mais quer. Por isto, existem duas formas pelo qual ela enxergas as pessoas: aqueles que ela não se importa que ao odeiem; aqueles que ela sabe que não irão odiá-la. Os mencionados por último, receberão seu amor da forma mais incondicional, livre e não filtrada possível. E no cerne de Senjougahara, o que ela busca é aceitação. É encontrar estabilidade numa relação que a faça lembrar dos tempos em que ela era feliz, pois não há nada mais precioso para ela do que aqueles laços.

E este é o verdadeiro tesouro. Não é só a beleza do céu estrelado, é também o desejo por felicidade e os tempos inesquecíveis que o mesmo representa. É o motivo pelo qual Hitagi vive e é algo que ela quer compartilhar com Koyomi. Naquele momento, ela pode não ter entregado o seu corpo, mas ela o deu algo muito mais importante. É o amor de Senjougahara que ultrapassa as barreiras emocionais de Araragi, é esta honestidade que quebra sua apatia e o tira de seu ponto de estagnação.

Posteriormente, Black Hanekawa revela os sentimentos Tsubasa nutre por Araragi para o mesmo. Ela o faz para que ele pudesse ajudá-la a dispersar o stress de sua dona. É uma provação em mais de uma forma. Não só uma tentação física, como obstáculo para a relação de Koyomi e Senjougahara, mas também uma tentação psicológica devido a predisposição de Koyomi de se sacrificar pelos outros. É o conflito interno do Araragi posto em prática. Os seus ideais e necessidades contra o seu bem-estar e as consequências para aqueles próximos a ele.

A aberração o incita, dizendo que Shinobu só fugiu pois ele é incapaz de lhe dar atenção e carinho tal qual ele faz com todo mundo. Black Hanekawa joga na cara de Araragi que  ele aceita todos menos Shinobu, mesmo quando há uma clara implicação romântica e sexual na relação dos dois e na forma como ela o transformou em seu servo. E se é assim, por que ele precisa de Shinobu na vida dele? Por que ele não aceita a proposta e se sacrifica por Hanekawa mesmo que não a ame?

Não posso deixar de ressaltar novamente que Shinobu simboliza o amor próprio do Araragi. Aceitar Shinobu significa aceitar a si mesmo, amar a si mesmo e conviver consigo.

Com dificuldades para entender o sentimento, Araragi traça um paralelo entre o amor de Senjougahara e o amor de Tsubasa. Para Hitagi, o amor que ela tem por ele faz com que as coisas valham a pena, mesmo que sua vida não tenha sido muito feliz, ela pode aceitar o infortúnio que passou pois está com ele agora. Para Hanekawa, anos e anos de problemas e pressões equivalem a poucos meses de amor não correspondido por causa da força de um laço verdadeiro. Ambas demonstram o ímpeto do momento, o peso do amor frente ao tempo e o valor pessoal.

Em respeito as duas, Araragi rejeita Tsubasa. Ele entende que não encontrou o amor com ela e sim com Hitagi. E quando ele é colocado no seu limite e sob as portas da morte é tentado a morrer para o alívio de Hanekawa… Ele se lembra de Hitagi e do peso que suas ações vão ter para ela e para a própria Hanekawa, finalmente encontrando em si, forças para pedir ajuda para Shinobu. Forças para aceitar.

É neste momento que Koyomi Araragi amadurece, quando ele aprende a amar a si mesmo através de seus laços. Quando ele consegue encontrar valor nos infortúnios de sua vida para aceitar a si mesmo e aproveitar o presente. Não é um passo absoluto diante do futuro e não significa que o caminho pela frente não vá ser difícil ou que ele não vai ser tentado novamente, mas ainda assim, é um primeiro passo que traz alguma esperança.

E ironicamente, Tsubasa sabia que era disto que Koyomi precisava. Não era mentira que para ela seria melhor que ele estivesse morto ao invés de ter que presenciar o seu relacionamento com Hitagi, mas ela deu todas as oportunidades possíveis para que Araragi pudesse encontrar a Shinobu antes que Black Hanekawa precisasse fazer isto. Para seguir em frente da sua própria maneira, Tsubasa precisou ver que Koyomi era capaz de aceitar a si mesmo para que o stress causado pela sua rejeição se tornasse aceitável.

No epílogo é revelado que Oshino foi embora. Os sinais eram claros já havia alguns contos, mas ele já não é mais necessário também. Desde que aquelas crianças tenham fortitude mental, eles vão ser capazes de lidar com aberrações. A sua última tarefa era deixar que Araragi resolvesse um problema por si,  só assim para ele deixar de ser miserável e estar pronto para a vida. Se a série terminasse na primeira temporada, este poderia perfeitamente ser o fim da adolescência do Araragi. Só que ainda tempos muitos contos e muitas histórias para chegarmos até lá… Algum dia, quando você, querido leitor, estiver lá na frente, na Final Season, pelo menos vocês saberão que as fundações daquela resolução se encontram aqui.

Deixe uma resposta

Um pensamento em “Encontrando o amor em Tsubasa Cat”