Temporada de Primavera 2017: A Torre de Sal do Guerrero Pt.1

É chegada a hora da temporada de primavera 2017, e com ela começam a pipocar frases célebres como: “PIOR TEMPORADA”, “MELHOR TEMPORADA”, “SÓ TEM MOE E ECCHI”, dentre outras. Então eu decidi colocar essa temporada a prova e criar o GUIA DEFINITIVO DE PRIMEIRAS IMPRESSÕES BASEADAS EM UM ÚNICO EPISÓDIO. Com esse post eu tentarei ver todas as estreias que não forem continuações de coisas que eu não assisti ou spin-offs, e eu lamento desde já por essa ideia infeliz e pela montanha de texto que isso irá se tornar.

Shingeki no Kiojin está de volta, depois de 4 anos, e por mais que eu tenha dito que a obra está atualmente uma merda, é sempre bom voltar ao que eu considero o Attack on Titan definitivo. Por falar em retornar, eu tinha me esquecido como o diretor Tetsuro Araki (Death Note, Guilty Crown) era rocambolesco, já que ele tinha até que se controlado no ultimo trabalho (ruim) dele, Kabaneri.

Dito isso, se tem algo que combina com Shingeki, é ser rocambolesco e gritado, e nisso todo o anime está em sinergia, o visual rachurado, a trilha estrogonofica, a abertura em “alemão”, as cenas de ação em movimentos simples. Além disso a série ainda nos brinda com uma possibilidade muito bizarra, reconhecer personagens.

Sem falar que o episódio em questão apresentou um dos personagens mais interessantes da obra, que é o titã macaco, mantendo uma dose certa e questões (questões essas que não receberão as melhores respostas, mas olhando o agora, foram bem inseridas no episódio).

Logo, eu acho que se você quer consumir SnK, aqui é o jeito certo, e como a temporada só terá 12 episódios, acredito que não chegará a concluir o arco político que é onde desanda tudo. Ainda assim é engraçado pensar que o encerramento tem uns spoilers ocultos de capítulos bastante recentes.

Gin no Guardian é ruim, BEM RUIM, mas antes informações rápidas: o anime é baseado em um web mangá, dirigido por 2 diretores estreantes, por um estúdio que nunca fez nada relevante.

Mas o que faz Gin no Guardian ser tão ruim? Resposta fácil, a total falta de construção durante todo o episódio. Começando do começo, os segundos iniciais desse anime são gastos com 3 figurantes conversando. Essas três são meninas, utilizadas basicamente para um ecchi barato com a câmera passeando pelo corpo delas. Após isso nos é apresentado o par romântico (?) do protagonista, cuja única função no episódio é fazer exposição de informações.

Mas se estamos falando de exposição, por que não falar da premissa “original”? Gin no Guardian, aparentemente, conta a história de um garoto, que tem que enfrentar criaturas das trevas. Essa batalha ocorre durante uma hora escondida, em uma ambientação escolar. Qualquer semelhança com Persona 3 é CERTAMENTE mera coincidência.

Dai temos cenas de ação pouco inspiradas e cortamos pro flashback. Nesse momento temos o agravamento dl problema de construção. No flashback o protagonista está trabalhando como salva-vidas na piscina apesar de não saber nadar, então valentões surgem (que nem sequer o conhecem) e jogam seu gato na piscina, nesse ponto ele tenta salvar o gato e se afoga. Depois disso ele é acordado pelo melhor amigo dele (que surge tão do nada quanto parece) e esse amigo conta que a interesse romântico o salvou da piscina. FIM DO FLASHBACK! Ou seja, um longo momento utilizado pra nos contar como eles se conheceram, e aparentemente se apaixonaram, e um deles estava inconsciente e o outro só estava salvando alguém em perigo…GENIAL.

Mas, só pra deixar claro, meu problema não é eles terem se conhecido assim, o problema é a falta de uma conexão entre as partes, falta de construção por parte dos valentões, falta de uma apresentação prévia do amigo, tudo em prol de mostrar cenas de ação e uma respiração boca a boca DENTRO DA PISCINA, pra tentar pescar um ou outro otakinho.

Granblue Fantasy: the Animation é, mais ou menos, dessa temporada, com os dois primeiros episódios tendo sido lançados em janeiro (que serão reprisados agora). O resto sairá nesta temporada, o que é um péssimo sinal de organização. Dito isso Granblue é o arroz com feijão, quando se trata de histórias de fantasia, e minha aposta é que vai seguir absolutamente todas as regras. Baseado em um jogo mobile e com a arte linda de Hideo Minaba (Final Fantasy VI), prende por seu visual e atmosfera leves, com todo aquele sentimento aventuresco, muito conhecido do gênero.

Foi muito gostoso ver Granblue, mesmo sabendo todas as possíveis viradas, já que é meio raro no cenário atual de animes termos uma história em um mundo medieval que não é um jogo (irônico pensar que o anime é uma adaptação de um jogo) com um otaku como protagonista. Ainda assim eu queria destacar que utilizar CG para os dragões foi uma péssima ideia, quando todo o universo da história tem um traço característico, com uma paleta mais leve, ver aqueles dragões com aspecto mais sombrio simplesmente não funciona, eles não se encaixam no ambiente, e o que era pra ser uma criatura imponente fica só bizarro.

Pra fechar, na cota de vacilos do anime temos o final, em que ele podia fazer algo diferente, matando o protagonista, mas decidiu revivê-lo, algo que tirou qualquer sensação de perigo que a obra poderia ter (semelhante a quando o Eren é engolido e ganha um power up ao invés de morrer).

Sekai no Yami Zukan é o anime de terror da temporada (gênero que não acerta quase nunca), e traz consigo uma estética linda e diferentosa. O anime é quase um livro de gravuras, no aspecto que os objetos só são arrastados ou redirecionados pela tela. Ele ainda aparenta seguir um modelo Contos da Cripta com histórias alto conclusivas (que normalmente não concluem).

Tinha tudo pra eu gostar desse anime, é diferente, não está nos holofotes da maioria das pessoas, tem só 5 minutinhos, mas o problema é que, pra uma história de terror, 5 minutos talvez não seja suficiente pra criar o clima demandado, não existe muito tempo pra construção de tensão, então no final da história fica só o sentimento de: é só isso?

Enfim, visualmente interessante, mas é sabotado pelo próprio formato, curto demais para comportar o gênero.

Warau Salesman NEW, é o remake do clássico de Fujiko Fujio A, coautor de Doraemon, e é…previsível. Toda a premissa gira em torno desse vendedor que vai entregar “o que a pessoa desejar” e a história vai seguir com o desejo virando contra a pessoa. O problema de séries nesse estilo (principalmente tendo duas histórias por episódio) é a alta previsibilidade dos seus acontecimentos, você vai assistindo e sacando qual vai ser o meio pelo qual o desejo vai foder a pessoa, o que torna tudo muito chato.

Aqui é perceptível que as vezes algo que é um ponto neutro em uma obra, pode ser ruim em outra, afinal nesse mesmo texto eu falo bem de Granblue apesar da previsibilidade. Isso se dá pelo estilo quase que humorístico de Warau Salesman. Ele se basea totalmente na punchline de final de capítulo, algo que quando previsível acaba com o interesse.

Mas pontos positivos agora, provavelmente esse anime tem uma das melhores aberturas da temporada e é sempre legal ver um estilo visual TÃO diferente do mainstream atual.

Frame Arms Girl é o anime de meninas fofinhas fazendo coisas fofinhas. Então antes de mais nada preciso deixar claro que tenho 0 expertise na área.

Dito isso, Frame Arms Girl é bem qualquer coisa, mas comete uns vacilos que claramente indicam o público alvo do anime. Isso vai desde as robozinhas com saias curtas o suficiente pra QUALQUER take de corpo inteiro pegar a calcinha, passando por coisas como a fonte de alimentação ser na bunda e ela geme quando plugado (roteiro de qualidade tem nome).

A cereja do bolo é quando o episódio começa o dump de informações com as quais eu não me importa, exceto que a robozinha é equipada com a inteligencia de uma criança de 10 anos. Sim a mesma robozinha que está sempre com a calcinha aparecendo e geme quando recebe um butplug equivale a uma criança de 10 anos. Foi mais ou menos aqui que eu parei de ver, aos 6 mins, e não há quem me faça voltar.

Enfim, espero que ninguém veja essa coisa que tem uma desculpa de roteiro pra sexualizar crianças, mesmo que o clima pra cima tente fingir que não é isso que está acontecendo.

E com isso terminamos a parte 1 da minha aventura por TODAS AS ESTRÉIAS DESSA TEMPORADA. Permaneço vivo, não sei por quanto tempo me manterei assim, mas até agora o sal não me pegou com muita força.

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