Arcadia of the Moonlight (lançado na Weekly Shonen Jump) é o mais recente trabalho do mangaka Norihiro Yagi (Angel Densetsu, Claymore) que estava parado desde 2014 com o final de Claymore e, pela primeira vez, publicando em uma revista semanal. É importante avisar que esse texto contém spoilers do one shot, portanto, leia por sua conta e risco.
Arcadia of the Moonlight é uma space opera que tem como protagonista Rashil, um adolescente aventureiro que por um acaso encontra com Leana, uma lunária (nascida em uma das luas desse mundo) que como tal, não consegue suportar a atmosfera do planeta.
Essa dupla de personagens não é nem perto de ser inédita, muito menos depois que descobrimos que ela é uma Princesa de um reino que está à beira de um golpe de Estado, e que ele é super poderoso devido a modificações genéticas, no entanto, o mangá traz um sopro diferente para o gênero de aventura.
Esse sopro vem, principalmente, dos personagens: Rashil não é o seu protagonista shonen padrão (comilão, inocente, meio burro, esforçado…), mas sim alguém que estava no caminho de ser recuperado por seu “avô”. O garoto era resultado de um esforço especial pra vencer a guerra, que utilizou um experimento com seres alterados, dotados de super poderes e meio selvagens para com os outros, mas que foram sumariamente descartados depois do confronto por serem muito perigosos.
Leana por outro lado, não é a princesa ingênua padrão, está pronta pra se sacrificar pelos outros de verdade, além de ser inteligente, dando um jeito de se tornar oficialmente morta para o mundo (diferente de outros personagens que são inteligentes por roteirismo, como o cara de Dr.Stone).
Outro ponto alto do One Shot é a arte, e quando digo arte estou considerando traço e quadrinização. Uma maior estilização do traço trouxe muitos pontos positivos para o character design não tão bom do Norihiro (diferentemente de Claymore, em que mais difícil do que entender pra onde caralhos foi o plot, só identificar quem era quem entre as garotas quase iguais). Já falando de quadrinização e pacing, os quadros grandes tornam a leitura mais prazerosa, trazendo consigo um aspecto mais aventureiro e leve para a história como um todo.
Agora no momento reclamação, o twist no final do one shot me deu certa decepção, ao deixar de matar a princesa ele opta pelo caminho mais comum, e com isso, a sensação de perigo com os personagens cai drasticamente. Se isso se tornar uma série, ter um “drone” correndo perigo trará pouca ou nenhuma tensão para as cenas, afinal só o protagonista corre perigo real.
O outro problema é mais com o fato de que isso não é um one shot, quero dizer, é por estar intitulado assim, mas ele não tem o formato de um, a história em si não conclui nada, é uma grande apresentação de conceitos. Seria mais honesto já chamar isso de capítulo 1, mas enquanto one shot, ele falha em ser uma história minimamente conclusiva e isso é certamente um problema.
Enfim, Arcadia of the Moonlight é um conceito interessante. Me deu um certo sabor de novidade que eu não via em histórias desse tipo há muito tempo (quando foi a última história aventuresca diferentona que você leu? E ainda na Jump?), MAAS sempre bom lembrar que Claymore foi pro caralho em uma parte do mangá e tem uma das lutas finais mais Deus Ex Machina que eu consigo lembrar, é bom não ter muita expectativa sobre quando (e se) Arcadia of the Moonlight chegar a se tornar uma série propriamente dita.
O cara que só acredita vendo, e depois acaba escrevendo para os outros acreditarem.